A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) (SA:CBAV3) atua majoritariamente na produção integrada de alumínio. Ela trabalha em várias etapas: desde a mineração da bauxita até a produção de produtos primários e transformados de alumínio, vendendo aos mercados interno e externo.
Atualmente, a CBA é controlada pelo grupo Votorantim S.A. Para expandir seus negócios a empresa recorreu recentemente ao mercado financeiro (aos interessados em conhecer um pouco mais sobre a empresa, seu ticker de negociação na bolsa é CBAV3) para captar recursos para a implantação de alguns projetos. Dentre eles chama atenção um projeto ambicioso denominado “alumina rondon”, localizado no município de Rondon do Pará.
No prospecto da empresa enviado à CVM (documento obrigatório para empresas que vão abrir capital na bolsa) consta que os recursos levantados com os investidores serão 70% destinados ao crescimento orgânico, que contempla investimentos em novas tecnologias e projetos para aumento da produtividade. Já os outros 30% serão usados para o crescimento inorgânico da companhia, por meio de processos de fusões e aquisições de empresas menores do setor.
Há grande expectativa da empresa e da população rondonense em torno do projeto, já que foi anunciada recentemente a expectativa de se investir até R$ 4 bilhões para maximizar sua capacidade de produção de alumínio e aumentar a exploração de bauxita - produto abundante no município.
Atualmente a CBA é a única companhia integrada de alumínio do Brasil. Isso significa que ela realiza desde a extração da bauxita até a produção de produtos primários ou até mesmo transformados, como folhas e chapas de alumínio. A empresa vem investindo em novas fontes de receitas pois sua maior receita atualmente acompanha o preço internacional da commodity do alumínio, que por sua vez é fortemente influenciado pelo apetite do mercado chinês. Acontecimentos recentes mostram que não é muito prudente depender muito da economia chinesa.
O projeto Alumina Rondon é fundamental para o futuro da empresa já que segundo estimativas da própria companhia a reserva da mina de poço de caldas está chegando ao fim, com previsão de encerramento em 2025. É a perda de um ativo importante para a companhia que precisa encontrar outras reservas para suprir essa perda.
Dependendo do seu horizonte e estratégia de investimento vale a pena investir na empresa já que ela atua sozinha em um mercado que já cresceu 30% no ano e tem potencial de crescimento futuro. A empresa também vem investindo em estratégias ESG para diversificar sua atuação, emitir menos carbono e reciclar sua produção.
Os recursos minerais em abundância no município podem fazer a empresa não sentir saudades da mina de poço de caldas, já que as reservas podem ser uma das maiores do mundo. Com a captação de recursos obtidos com a abertura de capital na bolsa não se consegue cravar com precisão a data em que a empresa irá começar a investir de fato na região, mas é apenas uma questão de tempo.
Aos moradores locais eufóricos e otimistas com a iminente chegada de uma grande empresa de mineração fica o alerta da existência da “maldição dos recursos naturais”. A história ensina que quando o assunto é mineração o sonho de hoje pode se tornar o pesadelo de amanhã caso o poder público local não adote políticas que gerem de fato um desenvolvimento endógeno.