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Valorização do Dólar Tem Fator só Externo, Nada a Ver Ainda com o “Overhedge”!

Publicado 23.12.2020, 06:03
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É possível observar que o dólar americano, após um período de fragilização, vem recuperando preço frente às moedas da cesta principal, mas também frente todas moedas emergentes, revertendo a tendência recente.

No Brasil, saliente-se, nada a ver com a conhecida operação na pauta deste mês de ajuste de posições dos bancos, “overhedge”, da ordem estimada em US$ 16,0 Bi, e para a qual o BC supriu o mercado futuro com oferta adicional de contratos novos de swaps cambiais para mitigar o impacto presumível.

O movimento de apreciação do dólar americano ocorre a partir do mercado internacional, coincidindo com a discreta percepção, ainda não muito propagada, de que o Tesouro americano, sob a batuta futura de Janet Yellen estimulará o dólar mais forte no mercado internacional para ancorar política expansionista do novo Presidente Joe Biden. Em princípio esta postura contraria a primeira impressão que se tem a respeito da linha adotada por Yellen, desde o FED de San Francisco, dólar mais desvalorizado para intensificar a competitividade do produto americano no mercado internacional, mas pode ser que os tempos tenham mudado face às novas circunstâncias.

Nem mesmo a viabilização do bilionário, quase trilionário, programa de incentivo à retomada da atividade econômica americana aprovada pelo Congresso americano, que cria farta liquidez no mercado global, foi capaz de deprimir a tendência recentíssima da moeda americana.

Os dados do fluxo cambial brasileiro têm apontado ingresso de divisas em grande parte direcionado para a Bovespa, mas sem provocar impacto na formação do preço do câmbio, visto que há demanda reprimida que absorve com demanda o total da oferta. Esta realidade está presente nos dados semanais divulgados pelo BC no quesito Movimento de Câmbio.

Evidentemente, até por ser a justificativa mais próxima para fundamentar o fato, ao retorno forte e preocupante da pandemia do coronavírus mundialmente e de forma mutante na sua forma tem sido atribuída a razão da valorização do dólar como reflexo da preocupação que tem se acentuado.

O retorno brusco da pandemia tenderia a levar a reação imediata dos mercados globais assumindo postura “defensiva” e isto tenderia, naturalmente a valorizar o dólar, mas por outro lado ensejaria movimento muito rápido em detrimento das bolsas globais, e isto não está ocorrendo de forma coerente.

Mas, neste ambiente de elevada preocupação sanitária ocorre nos Estados Unidos e Europa o início da vacinação em massa da população, o que é um alento, embora não elimine as preocupações maiores imediatas em torno da atividade econômica, que certamente terá reflexos negativos incontornáveis.

Temos neste momento um contexto bastante complexo com a ocorrência conflituosa de inúmeros vetores que são contraditórios nos seus efeitos esperados, e assim ocorrem movimentos desconexos com o que se poderia esperar de imediato.

Não há clareza sobre tendências sustentáveis no curto prazo, e isto permite que haja várias percepções sobre o momento, mas o mais sensato é observar muito e agir pouco para mitigar riscos maiores.

Bolsas americanas operam em baixa enquanto a Bovespa opera em alta, e devemos considerar que esta se ancora nos papéis de “commodities”, que num ambiente de dólar em linha de valorização devem ter viés de preços em baixa.

Este cenário sugere que deverá ocorrer um ajuste de alinhamento global e eliminar movimentos díspares com base nos mesmos fundamentos, o que torna recomendável sensatez e rigor de análise para evitar que a emoção supere a razão e conduza a erros.

O Brasil, cheio de problemas com a pandemia crescente em sua retomada, vacinas em perspectiva ainda não muita assertiva, problemas fiscais e “esperanças renovadas” sobre reformas imprescindíveis, além da ebulição política em torno da renovação das Presidências da Câmara e Senado, já está “tecnicamente” em 2021, começando no mês de fevereiro.

Enfim, o ano está terminando, se é que já não acabou, e o melhor é esperar e observar porque será inevitável a ocorrência de ajustes à coerência.

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