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Vamos Caminhando: Reflexões Político-Econômicas de Itamar a Bolsonaro

Publicado 22.10.2019, 12:00

Um defeito do ser humano é sempre procrastinar o que deveria ser logo resolvido. As decisões devem sempre ser tomadas a seu ritmo. Não devemos nos apegar muito às coisas materiais. Estas vão e vêm. O importante é dar valor às coisas que realmente se têm.

Uma delas é o intelecto. Este vai sendo adquirido com a vida. E como a vida nos ensina...

Ao longo da minha caminhada eu, como economista de uma instituição, fui aprendendo como o mundo econômico se move, a política, as instituições, o jogo de interesses, as traições, frustrações. Fui aprendendo também como a vaidade intelectual cega as pessoas.

Acompanho o país, profissionalmente, desde o fim do governo Itamar, como ele se movimentava, mais parecendo uma "biruta doida", tal a quantidade de mudanças impetradas nos ministérios. Convivi com a bem urdida transformação da política econômica, a partir de Fernando Henrique Cardoso no então Ministério da Fazenda, depois eleito à presidência por dois mandatos. Vi nascer então o Plano Real. Derrubou-se a inflação, por contraditório que possa parecer, desindexando-a, a partir de uma super indexação, pela URV, a alinhar os preços relativos.

Não há como negar que foi muito bem sucedida a "engenharia econômica" deste processo, montada pela turma da PUC-RJ, depois da "cabeçada" de vários planos de estabilização anteriores. Os próprios economistas da PUC-RJ, alguns, fizeram parte das equipes destes planos e foram aprendendo com seus erros.

Hoje, o Plano Real, no esplendor dos seus 25 anos, é uma bela obra de estabilização inflacionária e transformação econômica.

Acho, inclusive, que o "core" da sua implantação, os economistas que participaram, mereciam um Prêmio Nobel, honorífico que fosse. Convivemos com 30 anos de inflação indexada e todo o mundo acadêmico, inclusive das universidades públicas, por preguiça mental ou falta de oportunidade, não teve o arrojo necessário para vencer este "Dragão".

O Real, e as várias etapas que vieram depois, os problemas nas adoções de medidas inadiáveis, mas duras e impopulares, acabaram abrindo a porteira para governos populistas de esquerda. O PT chegou ao paraíso.

Bom foi o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. O então ministro da Fazenda Antonio Palocci e Henrique Meirelles, no comando do Banco Central, conseguiram blindar a economia e um bom contexto externo teve importante contribuição. Políticas de transferência de renda, ou Inclusivas sociais, foram adotadas, e parte da classe média baixa e das classes mais baixas, teve acesso à bens que nunca tiveram.

Tudo começou a degringolar entre o primeiro e o segundo mandato, com o estouro escândalo do Mensalão, um esquema gigantesco de propinagens diversas, envolvendo o governo Lula e parte do Centrão no Congresso. Lula, estranhamente, foi poupado. Se arrastou no segundo mandato e a boa condução econômica, claro que com o apoio de grande parte da sociedade organizada e da mídia, o elevou a eleger seu sucessor, uma "poste" chamada Dilma Rousseff.

Foi aqui, no entanto, que a economia começou a naufragar. Dilma era da "turma heterodoxa", na qual aumento das despesas seria apenas um detalhe. Para ela, "era vida". Junto com Guido Mantega na Fazenda, Antonio Tombini no Banco Central e Arno Augustin (por onde anda???) na Secretaria do Tesouro, transformou o Brasil num grande laboratório de "descalabros academicistas heterodoxos". Deu fim ao tripé macro - câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e independência do Banco Central.

Afundou a economia do País. Desde 2013/14 estamos engolfados numa crise de gestão, governabilidade e politica, na qual não conseguimos ainda sair. Piora tudo a falta de habilidade do atual presidente em conduzir o País. Tudo fica mais difícil, pois ele não tem o devido apoio de parte da imprensa (quarto poder, alguém tem dúvida?), do meio acadêmico e de outros segmentos...

Bolsonaro foi eleito, sem "maneirismos", ecoando o discurso que a sociedade queria ouvir. Contra a corrupção desvairada da Lava Jato, continuidade do Mensalão, à favor da normalização dos bons costumes e consensuais bons hábitos e por uma reforma profunda no inchado setor público.

Infelizmente, no entanto, sua falta de tato vem dificultando muito um desenlace razoável neste processo.

Quero concluir, portanto, que o que elogio neste presidente não é tanto sua "persona", mas suas "bandeiras de campanha", contra a corrupção e pelos bons costumes, além de reformas profundas nos tecidos econômicos e sociais. Torço, portanto, por muitos dos seus 22 ministros, em sua maioria, competentes.

O problema é que suas neuroses e belicosidades vêm colocando muito a perder.

Vamos caminhando...

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