Wall Street dispara com comentários de Trump sobre a China e Broadcom sobe
Em setembro, o Índice do Varejo Stone (IVS) assinala uma alta de 0,5% no volume de vendas do varejo ampliado no Brasil, após queda em agosto. Já o fechamento do terceiro trimestre de 2025 registra queda de 0,5% em relação ao mesmo período de 2024 e de 0,2% frente ao segundo trimestre deste ano. Assim, apesar do leve crescimento do varejo no último mês, o acumulado do trimestre confirma a tendência de acomodação já apontada anteriormente.
O cenário se repete na análise setorial. Segmentos com as maiores altas mensais em setembro tiveram, ainda assim, resultados negativos no acumulado do trimestre. Entre eles se destacam o setor de Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (alta mensal de 6,9% e queda de 4,3% no trimestre), Material de Construção (alta mensal de 4,2% e queda de 0,7%) e Móveis e Eletrodomésticos (alta mensal de 2,6% e queda de 1,4%). Isso reforça a leitura de que o resultado positivo de setembro não foi suficiente para reverter a tendência de desaceleração vista ao longo deste ano.
No fechamento do trimestre, o relatório também traz uma análise do comparativo entre bens mais sensíveis ao crédito e bens mais sensíveis à renda. Ambos tiveram queda, com uma retração de 0,5% para o primeiro e de 1,9% para o segundo, quando comparados ao trimestre anterior, indicando que o consumo de produtos sensíveis à renda também diminuiu em 2025.
Esse resultado é importante para a leitura da desaceleração geral da atividade, pois, quando olhamos para os indicadores externos, o que parece ainda estar sustentando o crescimento do comércio é justamente o componente ligado à renda — com o mercado de trabalho aquecido, mas com sinais de moderação.
Em agosto, a taxa de desemprego chegou a 5,6%, nível historicamente baixo e com uma redução de 1 p.p. em relação ao mesmo mês do ano passado. Já os dados do CAGED mostram um patamar de criação de vagas formais cerca de 40% menor do que o registrado em agosto de 2024, na série com ajuste sazonal.
O mercado de crédito aponta para uma desaceleração mais nítida: em agosto de 2025, o crescimento do estoque de crédito às famílias teve arrefecimento de 0,6 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto isso, o comprometimento de renda das famílias com serviço da dívida está em 27,94%, limitando o consumo dada a restrição de renda disponível.
Por fim, a inflação segue elevada, com 5,1% no acumulado de 12 meses. A persistência da pressão inflacionária afasta a possibilidade de um afrouxamento da política monetária no curto prazo, o que tende a pressionar ainda mais o mercado de crédito e o endividamento das famílias, trazendo impactos negativos para o consumo.
Assim, os resultados de setembro mostram que, embora o mercado de trabalho siga sustentando parte do consumo, o endividamento elevado e a inflação persistente continuam limitando o orçamento das famílias e reforçando a tendência de acomodação da atividade varejista observada ao longo de 2025.