O ambiente negativo de maior aversão a risco no exterior que derrubou as bolsas e moedas de países emergentes arrastou o Ibovespa novamente para o território negativo com o cenário local já contaminado pelas incertezas políticas.
O principal índice da bolsa de São Paulo fechou o segundo mês consecutivo no vermelho ao recuar 5,2% para 72.762 pontos, chegando a perder os 70 mil pontos no diário pela primeira vez desde agosto de 2017.
O resultado de junho só não foi pior por uma onda de compras nos últimos dois pregões do mês, que devolveram 2 mil pontos ao índice e amenizaram a derrocada.
O índice ficou sob pressão com a escalada da guerra comercial que o presidente Donald Trump abriu em diversas frentes, mas com carga total sobre a China. As duas maiores economias mundiais elevaram o tom e as ameaças de tarifas e retaliações.
Ainda nos EUA, o Federal Reserve confirmou a aceleração do ritmo de alta de juros e passou a prever quatro movimentos de 0,25 p.p. neste ano, enquanto o Banco Central Europeu informou que encerrará em dezembro o programa de compra de ativos, decisões que reduzem a liquidez global e o fluxo de capital para os emergentes.
O índice MSCI de mercados emergentes (NYSE:EEM) recuou pelo terceiro mês seguido, acumulando perdas de 10,25% no trimestre, sinalizando um ambiente pesado para ativos de maior risco como os investimentos no Ibovespa.
Já o dólar terminou o mês nos R$ 3,8773 um avanço de 3,76% em junho, mesmo com pesadas intervenções do BC. No ano, o salto é de 16,98%.
Foleo é a única a garantir lucros no mês
Com o movimento de baixa generalizado do mercado, as 15 das 22 carteiras recomendadas acompanhadas pelo Investing.com Brasil conseguiram amenizar as perdas de 5,2% do Ibovespa.
A Foleo foi a única recomendação que conseguiu garantir retornos positivos ao investidor ao avançar 1,1% no mês ao apostar na QGEP (SA:QGEP3) e na Magazine Luiza (SA:MGLU3), que entregaram ganhos de 21,4% e 18,1% no mês, nesta ordem.
Os dois papéis ficaram entre os principais destaques de alta entre as recomendações de junho e conseguiram compensar as perdas da B3 (SA:B3SA3), Klabin (SA:KLBN11), Sul America e Iochpe-Maxion (SA:MYPK3), que cederam entre -6,1% e -12,1%.
Com comportamentos mais discretos, a carteira da Foleo ainda registrou valorização de 3,5% na Comgás (SA:CGAS5) e 2,1% na Rumo (SA:RAIL3), além de perdas de -1% na Cesp (SA:CESP6) e -2,1% na Vale (SA:VALE3).
A segunda melhor carteira ficou com a Guide, que recuou -0,2% no mês, com o tombo de -10,1% em Banrisul (SA:BRSR6) e de -4,5% em Tenda (SA:TEND3) ofuscando a disparada de +11,8% na Braskem (SA:BRKM5).
A Spinelli, que montou a carteira campeã de maio, acabou caindo para a 13ª posição com o recuo de -4,3%, após 9 das suas 10 apostas recuarem no mês, o que pesou sobre ganhos de +21,4% na QGEP.
Queridinha no mês, a B3 pressiona carteiras
Os analistas que acreditaram no fim do tombo da B3 e apostaram numa oportunidade de compra nos baixos preços do papel no final de maio acabaram amargando perdas de 6,1% no ativo, resultado inferior ao Ibovespa.
A B3 era uma aposta de compra de barganha depois de ter recuado 14% em maio sobre perdas de 5,2% em abril e contava com previsões de IPOs que acabaram sendo cancelados.
Entre as 10 mais indicadas do mês, somente a Suzano (SA:SUZB3) e a Rumo garantiram retornos positivos com +4,3% e +2,1% nesta ordem. O Itaúsa (SA:ITSA4), com tombo de 9,9%, e a Petrobras (SA:PETR4) (-9,4%) ficaram com os piores resultados.
No mês, os 22 analistas recomendaram um total de 89 ativos, dos quais somente 19 terminaram o mês no positivo.
Os maiores avanços foram na QGEP com +21,4%, seguida por Eletropaulo (SA:ELPL3) com +20,1%, que foi indicada somente pela Foleo e a Spineilli. Completam a lista do TOP5 de junho a BR Properties (SA:BRPR3) +19% (carteira da Banrisul), Magazine Luiza +18,1% (sugerida por Coinvalores, Elite, Foleo e Nova Futura) e SLC Agrícola (SA:SLCE3) +12,5% (indicada pelo BB-BI).
Os tombos do mês ficaram por conta da Movida (SA:MOVI3) com -22%, que pressionou as carteiras da Quantitas e Banrisul. Na sequência ficaram Via Varejo (SA:VVAR11) -20,3% (indicada por Rico e XP), Azul (SA:AZUL4) -19,5% (carteira da Coinvalores), BRF (SA:BRFS3) -16% (sugerida pela Spinelli) e Hering (SA:HGTX3) -14,8% (no portfólio da Magliano).
Veja abaixo todas as recomendações para junho.
*O Investing.com Brasil utiliza como padrão para análise de desempenho das carteiras a comparação entre os preços dos ativos no fechamento do pregão de 30 de maio e o do fechamento de 29 de junho. Algumas recomendações utilizam outros valores e datas de entrada nos papéis e, por isso, podem apresentar resultado mensal diferente do calculado pelo Investing.com Brasil.