As principais bolsas de ações subiram no final da semana com otimismo de que republicanos e democratas estavam perto de um acordo. A votação de hoje, sábado, coloca água no chopp de quem imaginava uma solução temporária, e deve causar queda dos ativos na segunda-feira. O FMI revisou para baixo as expectativas de crescimento do PIB mundial para 2.9% este ano, e 3.6% em 2014. O órgão alertou para o efeito catastrófico que pode ter um eventual “default” americano, evento que poucos crêem que possa acontecer. Os bonds de curto-prazo nos Estados Unidos demonstram pouca preocupação com isto, mas mesmo assim os juros das “letras do tesouro” de um mês subiram para o maior patamar desde 2008. O sentimento do consumidor também caiu com o atual impasse. Os índices das commodities ficaram de lado na semana, entretanto as matérias-primas que compõem os indicadores tiveram quedas fortes para os metais preciosos e os grãos, e subiram entre as energéticas, açúcar e café. O arábica teve uma performance errática na quinta-feira, para na sexta então guardar os ganhos da semana, US$ 3.04 por saca. Londres encontrou mais suporte, mas encerrou o período apenas US$ 1.44 por saca mais alto. No físico os diferenciais colombianos, em alguns momentos, negociam com prêmio de um dígito, atraindo compradores que não olhavam mais tanto para esta “qualidade”. Segundo fontes oficiais o país encerrou a produção de 12/13 em 9,93 milhões de sacas, bem acima das 7.65 milhões do ano anterior. Para o ciclo atual a expectativa é de 10.5 milhões de sacas. Nas outras origens o tom é de espera para maiores ofertas com a colheita em andamento, e em algumas delas da América Central há apostas na produção de robusta. As exportações brasileiras em setembro somaram 2,563 milhões de sacas, volume que deve aumentar nos próximos meses. A movimentação no mercado interno melhorou durante os respiros da bolsa, mesmo com o real firmando. No Vietnã o governo está criando dispositivos para destravar os problemas com impostos (VAT), o que em breve vai se traduzir em uma enxurrada de ofertas no mercado. Produtores carregando estoques, e uma safra que pode ser tão grande quanto a anterior, tornarão difícil a tarefa de manter os diferenciais tão positivos (assim como a LIFFE). A bolsa londrina vai ter dias interessantes na semana que se inicia, dado o elevado número de calls (opções de compras) em aberto ao redor de 1750, que é um dos motivos pelo qual o terminal não tem caído. Depois de um eventual foguetório, tudo indica que o destino será os US$ 1500 / ton. A paralisação parcial do governo americano deixa inseguros os fundos que operam com informações como o COT (commitments of traders), e no caso do café como estes participantes estão vendidos, alguns têm diminuído suas exposições. Mais uma vez parece prudente aos que precisam vender café aproveitarem estes movimentos de cobertura de vendas dos especuladores. Principalmente em se tratando de mais um ano de superávit da produção, com os prognósticos de safras boas para o próximo ciclo, e estoques mundiais que “teimam” em não cair. Bons negócios.