Não vai ter golpe!
Ontem, quando voltava para casa, o Waze praticamente enlouqueceu. Logo soube que a causa do zigue-zague que ele propunha era um protesto vermelho na Augusta. A pauta não poderia ser mais original: “não vai ter golpe”.
Preso no trânsito, passo por um dos banners do Contragolpe que espalhamos pela cidade. Que delícia de ironia.
De fato, no que depender da gente, não vai ter golpe mesmo. Denunciar o que não querem que você saiba, leitor, é a vocação da Empiricus. Não poderíamos nos eximir de comprar essa briga por você.
Estamos sorrindo de orelha a orelha com a repercussão que o lançamento de ontem já causou. Obrigado, CUT, pela propaganda involuntária.
Senhoras e senhores, o circo chegou!
59 a 21. Fosse o juízo final, que não há de demorar, Dilma já estaria de volta a Porto Alegre, mais precisamente ao bairro Tristeza — para nossa alegria.
Tomás Turb... — digo, José Eduardo Cardozo — já avisou que pedirá a nulidade do processo. Recorrerá ao Pato de São José de novo? Quá quá.
Confesso que sentirei saudades. Dificilmente nossa política voltará a ser tão divertida em um futuro próximo. É um pequeno preço a pagar em troca de um país um pouquinho mais sério.
Precisarei arranjar outra coisa para rir. Dia desses, Dilma e Ciro Gomes compareceram ao Circo da Democracia em Curitiba. Pelo jeito o circo está recrutando...
Sugiro uma remontagem do clássico número em que os palhaços saem de dentro de um Fusca — mas troquem o carro por uma Brasília. Vai ser lindo, lindo demais.
Um governo de mercadores
Como esperado, ajustes de última hora foram necessários à aprovação da renegociação das dívidas estaduais. Anos de gastança deixaram nossos eminentes legisladores viciados: o rehab vai ser difícil e repleto de crises de abstinência, podem escrever.
Continuo achando que a aprovação da restrição a reajustes aos servidores teria sido maravilhosa para os governadores. Poderiam alegar que estão de mãos atadas… mas não. Aguentem, então, as consequências.
O fato está sendo visto como uma sinalização de que a vida no pós-impeachment pode ser mais difícil do que o anteriormente previsto no Congresso.
Pode ser que sim. Mas se nosso Legislativo continuar sendo um balcão de negócios, ao menos teremos um presidente de ascendência libanesa do Partido Mercador Do Brasil. Não faltará expertise para barganhar, ao contrário de antes.
A faxina só começou
O BNDES deve anunciar, ainda nesta semana, seu primeiro prejuízo desde 2003. Fala-se em coisa da ordem de 2,5 bilhões de reais no acumulado do semestre. Posto que, no 1T16, a instituição reportou lucro de 1,6 bilhão, estamos falandogrosso modo de perdas da ordem 4,1 bilhões de abril a junho.
Por que? É parte da faxina que vem sendo magnificamente promovida por Maria Silvia Bastos Marques: são baixas e provisões relativas aos ativos acumulados nos últimos anos. Vale (SA:VALE5) pontuar que, só à Oi (SA:OIBR4) (lembram da Super-Tele?), o banco tem uma exposição de mais de 3 bilhões de reais: a conta chegou.
Um abraço, Luciano Coutinho!
À espera de um milagre
O tempo virou... A fonte secou...
É hora de apelar para instâncias superiores.
Anos atrás, ele dizia: “Eu acho que esse mix de Estado e setor privado é saudável."