Sexta de manhã, uma carta que o Santander enviou a apenas 0,18% de sua base de clientes estava em 100% dos sites de notícias.
Isso porque, no referido texto, um analista econômico do banco disse basicamente duas coisas:
(i) Quando Dilma cai nas pesquisas eleitorais, a Bolsa sobe.
(ii) Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, a Bolsa pode devolver os ganhos acumulados no ano.
Note que a primeira das afirmações não tem sequer conotação analítica; é uma mera constatação daquilo que vem ocorrendo nos últimos meses.
Qualquer pessoa que acompanha minimamente o mercado sabe disso: quando Dilma cai, o Ibovespa sobe. Já saiu até no Jornal Nacional.
Quanto à segunda afirmação, decorre diretamente da primeira, de forma mecânica. Se uma força deixa de atuar, o movimento gerado pela força responderá proporcionalmente. Isso é física newtoniana, não é política.
A essa altura, o conteúdo da carta já havia cometido seu pecado: a trivialidade; aquela mesma do rei que está nu.
O analista do Santander pecou ao contar o óbvio aos seus leitores.
A consequência?
Havia outras forças em atuação.
Sexta à tarde, o próprio Santander publicava um comunicado negando a análise prévia e pedindo desculpas.
Pediu desculpas a seus clientes por ter dito o óbvio.
Tento sempre prezar pela boa educação. No entanto, espero nunca ter de pedir desculpas a você, leitor da Empiricus, por afirmar que o Brasil está nu.
Sim, o Brasil está nu. Foi pego de tanguinha na maré baixa.
Como somos analistas independentes, de uma casa de análise independente, podemos dizer o óbvio, com todas as palavras que o óbvio exige.
Foi exatamente o que fez o Felipe em seu detalhado artigo sobre o Fim do Brasil. E é por isso que milhares de pessoas estão lendo a análise, identificando-se com os problemas retratados.
Você que é nosso leitor, não se preocupe: continuaremos sendo necessariamente óbvios no que fazemos.
Os outros que me desculpem, mas não vou pedir desculpas a você.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.