Os mercados acionários tiveram uma semana bem positiva subindo mais de 2% nos Estados Unidos e na Europa, mais de 5% no Japão e no Brasil e acima de 3% na maior parte da Ásia.
A recuperação é bem-vinda ao S&P500, depois deste cair 7% em outubro (a pior queda em sete anos e um mês) e principalmente ao Nasdaq, cuja performance negativa de 8.7% foi a mais acentuada desde novembro de 2008.
A criação de postos de trabalho americanos em setembro também foi uma grande notícia à Donald Trump pois pode eventualmente ajudar nas eleições de terça-feira, dia 6 de novembro, cuja expectativa (e historicamente) o partido da situação perde apoio – no caso atual elevaria o número de democratas no congresso, dificultando aprovações de propostas no legislativo.
No Brasil a eleição de Jair Bolsonaro causou euforia ao Real de curta duração, na segunda-feira, para depois provocar oscilações ao sabor de divergências de sua equipe sobre tentar aprovar a reforma da previdência este ano ou não. Nomeações de ministros, especialmente a de Sérgio Moro na quinta-feira, ajudaram a moeda a ficar com leve desvalorização – comparado com o dia 26 de outubro.
Em linha gerais as bolsas de ações e as commodities estão tendo uma forte volatilidade, seguindo realocações de recursos que também no caso do café faz os fundos desmontarem estratégias inter-commodities, recomprando esta soft enquanto liquidam outras apostas altistas – como fizeram no petróleo.
O contrato de arábica abriu a semana oscilando entre US$ 122.80 e US$ 113.95 centavos por libra, dentro da mesma sessão, então rompeu importantes médias-móveis (pontos técnicos), mas conseguiu se manter acima de 110 centavos para subir 7.35 centavos em dois dias – fechando a semana tecnicamente positivo.
Londres se comportou similarmente, assim como CRB, ou seja, o movimento não foi apenas da commodity que seguimos fielmente, mas sim da classe de investimento.
Declarações dúbias do governo Trump no fim sinalizaram para um tom mais ameno do presidente americano, o qual acredita em uma trégua na guerra-comercial com a China, e favorecendo a alta aos grãos (soja liderando).
O fluxo de negócios no café arrefeceu, na principal origem em função dos preços não terem visitado níveis acima da semana anterior, na Colômbia, América Central e Ásia por não ter atingido o pico de disponibilidade – há atraso nas colheitas.
Os diferenciais pouco alteraram, barateando levemente para alguns suaves – não o suficiente para atrair compradores. No destino a procura por cafés no spot encontra poucos lotes atrativos, e o que é de boa qualidade ou de grande uso nos blends é raro ou caro.
Os agentes operadores de café estão céticos com os ganhos recentes, natural depois de uma chuva de negativismo que durou praticamente o ano inteiro. O relatório do COT também traz dúvidas pois os fundos liquidaram 7,602 contratos no período reportado e o terminal Nova Iorquino cedeu US$ 8.70 centavos por libra.
Com mais de 65% da safra brasileira negociada, os baixistas apostam em uma pressão dos outros países produtores, assim como de um renovado apetite dos fundos “retomarem” suas vendas.
Os fundos, entretanto, tomaram um calor de 25 centavos por libra, ou mais de 25%, em um mês, e no desmanche de posições desenharam um gráfico positivo para o curto-prazo, o que pode dar gás para o rompimento das máximas recentes.
Quando então isto acontecer, o que eu acredito ser o caso, então será mais fácil ter uma opinião definitiva para voltarmos a ver as cotações caindo, e até lá experimentaremos este vai e vem, que, convenhamos, é muito mais interessante e proporciona muito mais oportunidades do que os enfadonhos intervalos diários de US$ 1.50 centavos que tivemos por mais de meio ano.
Uma ótima semana e bons negócios a todos.