Bom Dia, Pelo que li hoje na ata do Copom e vem de encontro ao que estava a espera, o BC assume o valor do Dólar em torno R$3,80 para já.. Penso que deverá continuar, pelo menos enquanto o BC tiver força (almofada de 240 Bi de Dólares liquido). Num artigo que escrevi a mais de um mês, Dolar - preso numa banda cambial, em que digo que achava que o Dólar estava preso numa banda de R$3,5 a R$4,0 com média nos R$3,75. Continuo a pensar que no curto prazo é para manter, a médio prazo não tenho como prever de uma forma honesta e fiável, depende muito da manutenção da almofada de 240 Bi Dólares Líquidos.
O fundamento é puramente especulativo, de quem aposta na alta do Dólar. Em termos de controle da inflação tende perder fundamento, quem defende o Dólar acima do R$ 4,00 não sabe explicar o porque. O BC sem mais dados concretos deverá continuar a actuar no mercado de cambio e esperar. Para já no curto prazo pelo menos tem força e uma almofada liquida de 230 Bi de Dólares em reservas (Tirando os swaps e os descobertos nos bancos - 140 Bi).. .
Para já a almofada de 230 Bi, é confortável, mas se houver agravamento da siuação politica e económica, e a acontecer o Downgrade da Moody's e da Fitch, o cenário actual tem alto grau de probabilidade de mudar e a cotação do Dólar disparar por falta de condições do BC. Apesar de este cenário ter uma boa probabilidade de acontecer, acho que não chegará a tal. Seria uma completa irresponsabilidade do Governo e do congresso. Mas tudo no Brasil é possível, como nós bem sabemos, "Da cabeça dos políticos e da bunda de um neném nunca sabemos o que saí".
O BC não tem somente os SWAP's como instrumento de administração da cotação do Dólar, pode também optar pela venda a vista directa no mercado. Enquanto os SWAP's forem suficientes, o BC não irá provavelmente optar pela essa segunda via, podendo o fazer em qualquer momento que entenda. A questão que acho mais pertinente tem haver com as reservas cambiais (USD), dos 370 Mi, 120 Mi estão em SWAP´s e 20 Bi nos bancos a descoberto, então temos um saldo de 230 Bi, se serão suficientes no médio prazo se o cenário politico e económico se agravar ou manter-se e a saída de recursos for forte. Até agora confesso que tenho tido alguma dificuldade em relacionar o valor do Dólar com os fundamentos económicos actuais de uma forma geral, para mim a administração do Dólar vai ter mais haver com a capacidade do BC em caso de saída maciça de divisas. Esse aspecto é que mais poderá condicionar a cotação do dólar, e aí a questão politica e económica é a mais relevante.
Só para complementar, as medidas de austeridade (redução da despesa e aumento de impostos) levariam a uma maior contracção do PIB, mais desemprego, diminuição do rendimento disponível, enfim a economia e povo sofreria muito numa primeira instância, o que é preocupante, mas para mim o mais preocupante é o desajuste das contas publicas, e é ai onde se deve actuar primeiro, reconquistava-se a confiança dos mercados, a inflação desceria e inverteríamos o ciclo actual, começando a crescer de forma sustentada. "O QUE FALTA É VONTADE E CORAGEM POLITICA"
"Não me lembro de nenhum caso de intervencionismo que tenha sido bem sucedido a médio/longo prazo." Essa sua afirmação é a meu ver é correta, vejo esta actuação do BC no curto prazo, a actuação no médio prazo depende principalmente do fluxo cambial, das reservas e do cenário politico e do ajuste fiscal. Como sabe a popularidade da presidenta está muito baixa, ela precisa de se ancorar no populismo, ou seja não fazer cortes acentuados nos programas populares, o que dificulta o ajuste fiscal, enquanto isso o BC vem tentando conter o estrago de o ajuste fiscal ainda não estar decidido e consolidado em termos de orçamento para 2016 e a espera que o cenário politico, económico e de confiança melhore. O nosso problema é interno, há muita resistência em aplicar medidas de austeridade mais profundas por causa do populismo. Os SWAPs são consequência disso em que uma das causas é o populismo.
25.11.2015 16:17
Desmitificando a prisão, é um evento perturbador do mercado não há duvida, mas as instituições não param e o adiamento é somente um percalço, mas em tempo oportuno a agenda desta quarta-feira será votada. Mau era se um evento destes por mais inusitado que seja condicione o normal funcionamento das instituições. o Dólar disparou de uma forma irracional a meu ver, mas neste momento encontrasse a corrigir.
Concordo, o preço que já estamos a pagar é alto e tende a ser mais alta a fartura a pagar, mas vamos seguir este raciocino simples, o BC deixa o Dólar flutuar livremente e vai acima dos R$5,00, o que vai acontecer a inflação? e a Taxa Selic? quanto maior for a Taxa Selic, maior é a despesa com juros do País, isso também é uma factura grande que está a ser paga. Este é o quadro actual, quando o Dólar estava a R$2,30 o cenário era outro, apesar de achar que manteve-se por muito tempo (anos) o Real sobrevalorizado. A possível inversão deste cenário actual é que não consigo prever, vou esperar por mais dados no médio prazo, para ver se esta estratégia dá os resultados esperados, mas primeiro temos que arrumar a casa, o do ajuste fiscal e das contas publicas, sem isso, tudo pode ir por mar abaixo.
Era a discrepância em relação ao gráfico deste site com o da UOL, que passados alguns minutos foi corrigido. A cotação da UOL apresentava o valor de 3,71 e do Inventing 3,73 se não me engano.
20/11/2015 09:20 3,7181 3,7184 -0,2840% -0,0106 3,7181 3,7176 - cotações obtidas no site do OUL - Thonson Reuters agora, está passar-se algo de estranho!
Caro amigo, Agradeço e fico feliz por ler os meus artigos, um deles foi com base numa projecção que fiz a mais de um mês em que achava que o Dólar estava atrelado a uma banda de R$3,50 a R$4,00, com média nos R$3,75, no curto prazo, projecção essa que ousei fazer, com referencia o controle da inflação para 2016. Pareceu-me lógico essa postura do BC a nível cambial para tentar controlar a inflação assim como a subida da taxa Selic. Relativamente a pergunta se o Dólar pode voltar a R$3,90, é resposta é sim, pode, mas nada em economia é 100% seguro, e as projecções valem o que valem, a Projecção da Focus do BC aponta para o Dólar a R$4,20 em 2016, a quem diga que é irreal, que deve ser maior o valor, eu não consigo projectar com esse espaço temporal, com tantas variáveis e com algum grau de fiabilidade. o que aconselho é esteja atento e seja prudente, e boa sorte para o seu negocio.
O Euro/Dólar se encontra num patamar historicamente baixo, fruto da situação económica UE, que apesar dos estímulos a economia, está demorando a surtir efeito, por outro lado temos o FED anunciando o aumento das taxas de juros,o fato do BCE não está em condições de o fazer, no médio prazo por razões económicas da zona Euro, isto pode levar a uma maior valorização do Dólar face ao Euro, o Euro/Real acompanha essa evolução, ou seja temos Euro/Dólar/Real, como a possibilidade de no médio e longo prazo é a valorização do Dólar face ao Real, o valor do Euro/Real vai depender do valor Euro/Dólar. Tudo aponta no curto prazo, que o Euro não terá uma variação significativa em relação ao Real, mas isto pode mudar, basta o Euro começar a se valorizar em relação ao Dólar, o que acho pouco provável, mas possível mesmo no curto prazo.
A taxa única /,5% foi a aplicada no RERT III, nos restantes RERT I e II a taxa única foi de 5%. Estes dados e só para complementar o comentário abaixo.
Em Portugal foi criado o O RERT que é um Regime Excepcional de Regularização Tributária, através do pagamento de uma taxa única (7,5%) sobre os. elementos patrimoniais detidos no estrangeiro. Não foi obrigatório o seu repatriamento, embora ache que deveria ter sido. O RERT foi aplicado em três tempos distintos, tivemos o I, II e III, isso mesmo tivemos três RERT's. É claro que nos três RERT serviram também para lavagem de dinheiro ilícito, porque previa a extinção das obrigações tributárias exigíveis e exclusão da responsabilidade por infracções tributárias em relação aos elementos patrimoniais declarados e respectivos rendimentos. Como se pode ver não foi só no Brasil que esta situação se verificou.
Uma correcção, num comentário que fiz, em que previa a entrada substancial de recursos por via regularização de dinheiro no exterior e sua repatriação, que está em apreciação na câmara, não está totalmente correcta, a regularização não obriga ao seu repatriamento, apesar de haver estímulos para isso, peço desculpas por esse lapso, parti do pressuposto como é normal, que numa situação dessas fosse obrigatório o repatriamento e uma permanência de tempo mínimo, nem que depois voltasse a sair. Provavelmente parte desse dinheiro será repatriado, mas o montante é imprevisível.
13.11.2015 12:16
Uma correcção, não foram 66%, foi 61% do capital privatizado.
Caro amigo, não percebi muito bem o que quis dizer, penso que o que quis dizer com o fluxo é o fluxo cambial, mais importante de ser baixo ou negativo em determinado mês, é saber se o saldo é positivo no acumulado do ano, que está em torno de US$ 7,600 bilhões positivos, o que apesar de ser pouco é bom. Os swaps (hedges) é um instrumento que o BC usa para controlar a cotação do Dólar sem mexer nas reservas cambiais, pelo menos numa forma directa. Os picos que se observam tem haver com a a politica de swaps que o BC tem feito, mas também é fruto de um baixo volume de operações cambiais e de baixo valor, em que estas operações fazem preço, pois há uma volatilidade muito grande neste momento no mercado cambial. Outro factor que contribui muito para os picos são as noticias positivas ou negativas para o mercado. Não acho que dê para avaliar o efeito de pico só por causa dos swaps, muitos outros factores a ter em conta.