Investing.com – Os preços do cobre dispararam para o patamar mais alto desde maio de 2022, enquanto os traders se preparam para um período prolongado de aperto monetário nos Estados Unidos. Diante dessa situação, os estrategistas de commodities do Bank of America (NYSE:BAC) atualizaram sua previsão de preços do cobre, identificando o próximo patamar para a commodity nos próximos três meses.
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Na sexta-feira, os preços do cobre atingiram seus níveis mais altos em 23 meses. Essa alta foi gerada pela contínua compra por parte de fundos, um dólar enfraquecido e estoques reduzidos. No entanto, apesar desse aumento de 15,6% nos preços do cobre este ano, a demanda física na China, o maior consumidor desse metal, permanece moderada, segundo analistas do BofA.
Na Bolsa de Metais de Londres (LME), os preços do cobre para três meses avançaram na sexta-feira 1,56% para US$ 9.886,00 por tonelada métrica, alcançando brevemente o pico de US$ 9.922 — marcando seu ponto mais alto desde junho de 2022. Um analista da Macquarie destacou que o cenário subjacente permanece positivo, tanto em termos de oferta desafiadora quanto de melhorias cíclicas no crescimento global. No entanto, o movimento de curto prazo parece ser impulsionado por fluxos financeiros, tanto discricionários quanto sistematicamente movidos pelo momento.
Enquanto isso, o contrato de cobre mais negociado de junho na Bolsa de Futuros de Xangai fechou com alta de 2,8% a 78.780 yuans (US$ 10.883,02).
Simultaneamente, o índice do dólar caiu, afastando-se do pico recente de cinco meses e meio alcançado na terça-feira. Comentários de oficiais do Federal Reserve no início da semana reforçaram as expectativas de que a política monetária permanecerá restritiva. Um dólar mais fraco geralmente torna os metais denominados em dólar mais acessíveis para investidores que usam outras moedas.
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Na LME, os fundos de hedge aumentaram significativamente suas posições líquidas longas em cobre para níveis não vistos desde fevereiro de 2021. Isso ocorreu em resposta a sinais de recuperação no setor industrial da China e interrupções em grandes minas. Essas interrupções apertaram as margens nas plantas de processamento chinesas, que produzem mais da metade do suprimento global, podendo levar a uma redução na produção de metal refinado.
Apesar da expansão da capacidade de fundição doméstica, as importações de cobre refinado da China aumentaram 6,9% ano a ano no primeiro trimestre. Além disso, um índice da indústria manufatureira da China indicou crescimento em março pela primeira vez desde setembro do ano anterior.
Em uma nota de sexta-feira aos clientes, os estrategistas do Citi disseram que a recente alta nos preços do cobre levou a commodity acima de sua previsão otimista de US$ 9.700 por tonelada. Agora, os preços provavelmente estão a caminho de avançar para US$ 10.500 por tonelada métrica "em nosso novo caso base (e média de US$ 10k/t no 2º e 3º trimestres de 2024, versus US$ 9,5k/t anteriormente)". Os estrategistas também mencionaram um caso otimista de curto prazo, onde os preços poderiam até atingir US$ 12k/t durante esse período.
O Citi observou que o cobre muitas vezes serve como um indicador mais proativo em comparação com muitas outras commodities físicas, como o petróleo.
Os especialistas compararam o cobre a ações, devido à sua baixa elasticidade de demanda e oferta e à elevada volatilidade nas posições dos investidores, diferentemente dos estoques físicos do metal.
Além disso, recomendam enfaticamente que as empresas protejam suas exposições ao cobre para os próximos três anos ou considerem aumentar seus níveis de proteção durante este período de alta prolongada do mercado. Segundo eles, “é mais vantajoso para as empresas aumentarem seu ‘valor de mercado’ por meio de estratégias de proteção antes que os períodos de alta de longo prazo se tornem evidentes”.
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