(Reuters) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mudou nesta quarta-feira a bandeira tarifária para o mês de setembro, reduzindo os valores adicionais que serão cobrados na conta de luz, depois de uma correção de dados técnicos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A bandeira tarifária acionada para setembro passou a ser vermelha 1, com uma cobrança de 4,463 reais a cada 100 quilowatts-hora (kWh), ante a bandeira vermelha 2 que havia sido anunciada na sexta-feira passada.
A bandeira vermelha 2 implicaria em um acréscimo de 7,877 reais a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A correção ocorre após o ONS ter identificado um erro em seu Programa Mensal de Operação (PMO) que impactou o preço de liquidação das diferenças (PLD), um dos principais parâmetros de definição da bandeira tarifária. Segundo o ONS, houve uma "inconsistência" em dados sobre despacho inflexível da usina termelétrica Santa Cruz em um de seus modelos de operação.
Em nota, a Aneel afirmou ainda que a diretoria da autarquia definiu que serão instaurados processos de fiscalização para auditar os procedimentos dos agentes envolvidos na definição da PMO e cálculo das bandeiras.
A bandeira foi definida como vermelha em setembro após uma queda no nível dos reservatórios de hidrelétricas, principal fonte de eletricidade do país, neste período seco.
O sistema de bandeiras indica aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil, que precisa ligar termelétricas mais caras quando o nível dos reservatórios cai.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estimou na sexta-feira que os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste devem atingir 48% da capacidade ao final de setembro, o menor nível em três anos para o mês.
Após a decisão sobre as bandeiras, em reunião na terça-feira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou a possibilidade do despacho flexível de três usinas movidas a GNL: Porto Sergipe, da Eneva (BVMF:ENEV3); Linhares, hoje do BTG (BVMF:BPAC11) mas em processo de venda para a Eneva; e Santa Cruz, atualmente operada pela Eletrobras (BVMF:ELET3) mas em processo de venda para a Âmbar, do grupo J&F.
(Por Letícia Fucuchima)