Anfitrião da COP30, Brasil alerta contra dependência excessiva de créditos de carbono

Publicado 26.06.2025, 14:11
Atualizado 26.06.2025, 14:15
© Reuters. Ana Toni, diretora-executiva da cúpula climática COP30n24/04/2025nREUTERS/Sarah Meyssonnier

Por Kate Abnett

BONN (Reuters) - Os países não devem depender excessivamente da compra de créditos de carbono para cumprir as metas climáticas, disse a diretora-executiva da cúpula da ONU COP30 deste ano nesta quinta-feira, enquanto a União Europeia prepara uma nova meta de emissões que pode incluir créditos pela primeira vez.

A Comissão Europeia deve propor uma nova meta climática da UE para 2040 em 2 de julho, e afirmou que a meta legalmente vinculante deve ser reduzir as emissões em 90%. Mas, diante da resistência de alguns governos, Bruxelas está considerando uma meta mais baixa para as indústrias domésticas e a compra de créditos de carbono internacionais para compensar a diferença para se chegar aos 90%, informou a Reuters anteriormente.

Esses créditos permitem que um país compre "créditos" de projetos que reduzem as emissões de CO2 no exterior -- por exemplo, restauração florestal no Brasil ou na Guiana -- e os contabilize em sua própria meta climática.

Os defensores dizem que essa é uma maneira de levantar fundos para projetos de redução de CO2 em países em desenvolvimento. Os oponentes apontam para escândalos recentes, nos quais se descobriu que os projetos de geração de crédito não proporcionavam os benefícios climáticos que alegavam.

Ana Toni, diretora-executiva da cúpula climática COP30, que será realizada na cidade brasileira de Belém em novembro, disse que o Brasil não se opõe ao uso de créditos de carbono nas metas dos países -- conhecidas na ONU como Contribuições Nacionalmente Determinadas ((NDCs, na sigla em inglês) -- mas advertiu contra a dependência desses créditos para cumprir uma grande parte da meta climática de um país.

"O montante é importante, porque mostra o quanto você muda em sua própria economia... se for realmente um grande montante (de créditos), você não está mudando sua própria economia", disse ela à Reuters.

Toni também disse que os países devem garantir que todos os créditos usados para cumprir as metas climáticas proporcionem benefícios ambientais de qualidade.

Embora a opinião do Brasil, como anfitrião da COP, não seja vinculante para as delegações, ele é responsável por orientar as negociações no encontro e também por fazer o trabalho diplomático para tentar fazer com que os países estabeleçam metas ambiciosas.

Cerca de 200 países tinham o prazo de fevereiro para apresentar suas metas climáticas para 2035 à Organização das Nações Unidas. A maioria, incluindo a UE de 27 países e a China, não cumpriu o prazo.

Espera-se que a UE apresente suas metas climáticas para 2035 e 2040 juntas na próxima semana. Os países da UE estão divididos sobre quanto de sua meta para 2040 deve ser cumprida por meio de créditos.

A Alemanha propôs o uso de créditos para cumprir 3 pontos percentuais da meta de 90%, enquanto países como a França sugerem uma parcela maior, segundo as autoridades. Já membros da UE como Dinamarca e Finlândia dizem que os créditos não são necessários.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.