A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP) estuda a inclusão de 72 blocos terrestres da bacia Sergipe-Alagoas na Oferta Permanente da agência, segundo apresentação feita esta semana na Sergipe OIl & Gas 2024. A bacia é uma das apostas para dobrar a produção de gás natural no Brasil até 2030.
Atualmente, a produção de gás natural no Brasil gira em torno dos 153 milhões de metros cúbicos diários (m3/d), sendo que metade é reinjetada e 10% usada para consumo próprio das produtoras. Para o mercado consumidor sobra 34% desse total, ou 52 milhões de m3/d.
Em Sergipe, a Petrobras (BVMF:PETR4) está desenvolvendo o projeto Sergipe Águas Profundas I e II (Seap I e II), que consiste em sete campos de produção e previsão de produção de 18 milhões de m3/d, a partir de 2028. A demora da licitação das duas plataformas que serão instaladas no local, porém, pode alterar essa data. Em junho, apenas uma empresa se interessou pelo negócio e a licitação precisará ser refeita, segundo informou uma fonte ao Broadcast.
Além da Petrobras, uma interligação do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Eneva (BVMF:ENEV3) será interligado ao gasoduto da Transportadora de Gás Associada (TAG), e estão sendo esperados outros investimentos privados no setor em terra da bacia, informou a ANP.
A expectativa é de que sejam investidos R$ 32 bilhões no setor de petróleo e gás natural em Sergipe nos próximos quatro anos, o que deve reverter a queda de valores dos pagamentos de royalties aos estados e municípios sergipanos.
De acordo com a ANP, o pagamento de royalties ao estado deve crescer de R$ 56,9 milhões em 2021 para R$ 135,4 milhões em 2028. Já os municípios receberão R$ 359 milhões, contra R$ 223 milhões em 2021.
A agência apresentou ainda um levantamento sobre o impacto da abertura do mercado de gás natural no Brasil, mostrando que o número de contratos de transporte subiu de 189 em 2022 para 500 até junho de 2024 (em 2023 foram 420 contratos).