Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja no Brasil avançou para 34,4% da área estimada no país na safra 2019/20, alta de 11,6 pontos percentuais ante dado divulgado na semana anterior, mas em velocidade que não foi suficiente para o total plantado se manter à frente da média histórica para o período, informou nesta sexta-feira a consultoria Arc Mercosul em nota.
Um avanço mais acentuado não ocorreu porque o padrão árido estabelecido sobre o Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e sudoeste de Goiás impediu mais cultivos nesta semana, segundo a Arc.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, a semeadura saltou 22,7 pontos percentuais, para 64,5% da área projetada, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), apontando um ritmo no Estado acima da média histórica (48,63%) para o período.
No Brasil, a média de cinco anos para o período indica plantio em 36% da área projetada, segundo a Arc.
"Mesmo com a desaceleração do plantio nesta última semana (no país)... ainda vemos capacidade da finalização da janela de plantio em tempo hábil --caso o clima ajude durante novembro", disse o diretor da Arc, Matheus Pereira, à Reuters.
Quanto mais tarde se termina o plantio de soja, maior o risco para a segunda safra de milho, plantada após a colheita da oleaginosa. Isso porque um cultivo tardio do cereal fica mais exposto a intempéries climáticas, como seca no Centro-Oeste e geadas no Sul.
"Não vemos riscos graves se estabelecendo para a segunda safra ainda. O ritmo de plantio nacional ainda segue colado com a média dos últimos cinco anos. Além do mais... Mato Grosso e Goiás que estão fazendo turnos para plantio em 24 horas ininterruptas, aproveitando qualquer recebimento de chuvas recentes", declarou.
Pelo relatório da semana passada da Arc, produtores já tinham semeado um percentual ligeiramente maior do que a média para a época, apesar de um atraso inicial decorrente de chuvas escassas.
Os trabalhos ainda estão atrasados frente ao mesmo período do 2018, quando o maior exportador global de soja havia plantado 49,2% da área projetada nesta época, beneficiado por mais chuvas do que neste ano, segundo a consultoria.