SÃO PAULO (Reuters) - Projetos de autoprodução de energia elétrica elevaram sua fatia nos contratos das fontes solar e eólica assinados em 2023 no Brasil, somando 86,9% dos compromissos de longo prazo fechados no mercado livre, segundo estudo divulgado pela consultoria Clean Energy Latin America (CELA) nesta segunda-feira.
Dos 23 contratos celebrados no ano passado, 20 foram para empreendimentos de autoprodução, modalidade pela qual um grande consumidor de energia se torna acionista e investidor do projeto, o que lhe confere alguns benefícios como isenção de pagamento de encargos setoriais.
A fatia da autoprodução aumentou em relação aos cerca de 70% registrados em 2022, quando 19 dos 27 contratos envolviam projetos do tipo.
"Percebemos nos últimos dois anos uma maior aposta no mercado livre em projetos de autoprodução, modalidade que viabilizou praticamente todos os PPAs (contratos) ao longo 2023, inclusive com avanço no modelo de negócios de arrendamento de usinas", disse Camila Ramos, CEO da CELA, em nota.
Os PPAs de energia renovável assinados em 2023 somam 969 megawatts médios (MWmédios), um crescimento de 63% em relação ao ano anterior. Segundo a CELA, esse aumento em volume de energia reflete a entrada, no estudo, de três geradores que não participaram da pesquisa em anos anteriores.
No último ano, o volume financiado por instituições financeiras dos contratos assinados foi de 5,4 bilhões de reais.
No acumulado desde 2013, a consultoria mapeou um total de 140 PPAs de energia de longo prazo no mercado livre, que representam uma capacidade instalada de 14,3 gigawatts (GW), sendo 86 da fonte solar e outros 54 em eólica.
(Por Letícia Fucuchima)