Por Ludwig Burger e Patricia Weiss
MONHEIM, Alemanha (Reuters) - A Bayer (DE:BAYGn) disse nesta terça-feira que seria difícil prever os resultados de 2019 dos seus negócios agrícolas, que agora incluem a Monsanto, porque a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China pode retraçar as rotas comerciais globais das commodities agrícolas.
O chefe da divisão de "crop science" da Bayer disse à Reuters que a empresa poderia se beneficiar se os agricultores dos EUA passassem a produzir mais milho para evitar as barreiras comerciais do comércio de soja, impostas pela China em resposta para às tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.
A Bayer e a Monsanto têm combinadas uma participação muito maior no mercado de sementes de milho e produtos de proteção ao milho do que no mercado de soja, então poderiam captar muito mais desse crescimento.
"A grande incógnita do ano que vem será como os produtores norte-americanos irão reagir à guerra comercial EUA-China", disse Liam Condon nos bastidores de uma coletiva de imprensa na sede da divisão em Monheim, na Alemanha.
"Até poderia haver um desenvolvimento positivo, quando os produtores dos EUA plantarem menos soja e mais milho", ele disse, acrescentando que a China depende principalmente dos EUA para as importações de soja e menos de milho.
A aquisição da Monsanto tornou a Bayer a maior fabricante de sementes e pesticidas do mundo, à frente da Corteve Agriscience, da DowDuPont (N:DWDP), da Syngeta e da BASF (DE:BASFn).
"O que é seguro prever, outras coisas ficando iguais, é que muito mais soja brasileira irá para a China e muito menos soja irá dos EUA à China", disse Condon, acrescentando que a soja norte-americana pode ser direcionada para a Europa, se o comércio brasileiro permanecer focado no novo mercado chinês.
(Por Ludwig Burger e Patricia Weiss)