Por Maria Carolina Marcello
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que a Petrobras (SA:PETR4) sabe da sua responsabilidade e o que pode fazer para que os preços dos combustíveis no Brasil não disparem apesar da alta internacional do petróleo devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Apesar de fazer a ressalva de que não irá interferir na empresa, Bolsonaro afirmou que a Petrobras sabe "da sua responsabilidade" e sugeriu que, diante de um momento de crise, a estatal diminua sua margem de lucro de forma a evitar uma disparada dos preços dos combustíveis.
"Num momento de crise como esse, eu acho que esse lucro aí, dependendo da decisão dos diretores, do conselho, do presidente, podendo nesse momento de crise aqui, ser rebaixado aqui um pouquinho para a gente não sofrer muito aqui. Se não vem uma inflação enorme aqui dentro", disse o presidente na transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais que faz às quintas-feiras.
Na quarta-feira, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse à Reuters que a empresa ainda não havia tomado uma decisão sobre os reajustes dos preços dos combustíveis.
Bolsonaro comemorou na live o fato de o preço dos combustíveis estar sendo segurado no país pela desvalorização do dólar na comparação com o real, e disse que espera que a moeda norte-americana fique abaixo de 5 reais em breve. O dólar à vista fechou em baixa de 1,62% no mercado brasileiro, a 5,0268 reais.
A política de preços da Petrobras tem sido alvo de críticas principalmente entre parlamentares, mas, até então, Bolsonaro tinha como alvo preferencial os impostos --principalmente os Estaduais-- que participam da composição dos preços.
Na próxima semana, há previsão de que o Senado analise dois projetos que miram na alta dos combustíveis. Um muda as regras de tributação do ICMS e outro cria uma conta de compensação para as variações de preços.