Por Ron Bousso
LONDRES (Reuters) - A BP elevou suas estimativas para as reservas de petróleo da Arábia Saudita em 12%, marcando a primeira grande mudança na projeção das reservas do país desde 1989.
Em seu Relatório Estatístico sobre Energia Mundial de 2019, a BP redefiniu algumas das reservas sauditas de gás como de petróleo, o que colocou Riad mais perto da Venezuela, atual detentora das maiores reservas mundiais do produto.
A BP afirmou que as reservas de petróleo comprovadas da Arábia Saudita foram revisadas para 297,7 bilhões de barris ao final de 2018, contra 266,2 bilhões de barris um ano antes, apenas levemente abaixo dos 303 bilhões de barris da Venezuela.
O Canadá figura na terceira posição, com 168 bilhões de barris, seguido por Irã, com 156 bilhões, e Iraque, com 147 bilhões.
O aumento veio depois que a Arábia Saudita passou reportar em separado reservas de petróleo, gás e líquidos de gás natural (LGN), disse a repórteres o economista-chefe da BP, Spencer Dale.
Anteriormente, o LGN estava incluso nas reservas de gás, disse Dale. Como resultado da mudança, essas reservas recuaram para 208,1 trilhões de pés cúbicos, ante 283,8 trilhões de pés cúbicos em 2017.
A Arábia Saudita tornou-se mais aberta em relação à divulgação de suas reservas à medida que se prepara para lançar no mercado ações de sua petroleira estatal Saudi Aramco. A listagem foi adiada e está agora planejada para o início da próxima década.
O registro histórico indica raras mudanças de Riad em suas estimativas para as reservas de petróleo, apesar da produção de entre 8 milhões a 10 milhões de barris por dia pelo país.
A última grande alteração ocorreu em 1989, quando elas foram elevadas, sem explicação, de 170 bilhões de barris para 260 bilhões de barris.
A BP também afirmou que as reservas petrolíferas dos Estados Unidos, que se tornaram o maior produtor mundial em 2018, foram revisadas para cima em 22%, atingindo 61,2 bilhões de barris, contra 50 bilhões de barris ao final de 2017.
Em geral, as reservas globais registraram pequena mudança, figurando em 1.729,7 bilhões de barris, o equivalente a cerca de 50 anos da atual demanda mundial.
(Reportagem de Ron Bousso)