Centro-Sul processa 50,217 milhões de t de cana na 2ª quinzena de julho

Publicado 15.08.2025, 11:07
Atualizado 15.08.2025, 14:40
© Reuters.

São Paulo, 15 - As usinas do Centro-Sul do Brasil moeram 50,217 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de julho da safra 2025/26 (abril de 2025 a março de 2026), em comparação com 51,590 milhões de tonelada em igual período da temporada anterior, queda de 2,66%. As informações são do levantamento quinzenal da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), divulgado nesta sexta-feira, 15.

Segundo a Unica, operavam na segunda quinzena de julho 257 unidades produtoras na região Centro-Sul, das quais 237 unidades com processamento de cana, dez empresas que fabricam etanol a partir do milho e dez usinas flex. No mesmo período, na safra 2024/25, operavam 261 unidades produtoras, das quais 241 unidades com processamento de cana, 9 empresas que fabricam etanol a partir do milho e 11 usinas flex.

A produção de açúcar na segunda quinzena de julho totalizou 3,61 milhões de toneladas, registrando queda de 0,80% na comparação com a quantidade registrada em igual período na safra 2024/2025 (3,64 milhões de toneladas).

Na segunda metade de julho, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,28 bilhões de litros, dos quais 1,40 bilhão de litros de etanol hidratado (-13,54%) e 880,40 milhões de litros de etanol anidro (-6,57%).

Do total de etanol obtido na segunda quinzena de julho, 17,21% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 392,43 milhões de litros neste ano, ante 344,76 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2024/2025, aumento de 13,83%.

Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de julho atingiu apenas 139,62 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, em comparação com 147,29 kg por tonelada na safra 2024/2025, uma queda de 5,21%. O mix de destino da cana para etanol é de 45,90% na 2ª quinzena de julho.

Acumulado

O volume de cana-de-açúcar processada no Centro-Sul no acumulado da safra 2025/26, até 1 de agosto, atingiu 306,237 milhões de toneladas, recuo de 8,57% em comparação com igual período da temporada anterior 2024/25 (334,95 milhões de t), segundo o levantamento quinzenal Única.

No acumulado desde o início da safra até 1 de agosto, a fabricação de açúcar totalizou 19,27 milhões de toneladas, em comparação com 20,89 milhões de toneladas do ciclo anterior, redução expressiva de 7,76%.

No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 13,88 bilhões de litros (-11,96%), dos quais 8,84 bilhões de etanol hidratado (-11,85%) e 5,05 bilhões de anidro (-12,15%). No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,95 bilhões de litros.

Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), registrado no acumulado da safra, marcou 126,85 kg de ATR por tonelada, registrando retração de 4,77% na comparação com o valor observado na mesma posição no ciclo anterior.

O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, destacou no levantamento que "o nível de ATR da safra 2025/2026 é o menor observado em 10 anos. Só no ciclo 2015/2016, registramos um indicador qualidade inferior ao contabilizado até o momento no Centro-Sul".

O executivo esclareceu que o setor vive uma situação atípica nesta safra, pois normalmente há uma relação inversa entre produtividade agrícola e qualidade da matéria-prima. "Neste ano, o regime de chuvas foi desfavorável em ambas as fases críticas do ciclo da cana-de-açúcar. No verão, a precipitação abaixo do ideal comprometeu o desenvolvimento das lavouras e reduziu a produtividade (TCH). Já durante a colheita, o clima mais úmido prejudicou a concentração de ATR na planta. Como consequência, a safra 2025/2026 apresenta queda simultânea nos indicadores de qualidade (ATR) e de produtividade (TCH)", explicou Rodrigues.

De fato, dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam que, no acumulado de abril a julho, a produtividade agrícola registrou queda de 10% na média do Centro-Sul na comparação com o valor observado em igual período do ciclo 2024/2025, atingindo apenas 79,84 toneladas de cana por hectare neste ciclo.

"A queda de 10% no TCH somada à perda de 5% no ATR geraram uma redução próxima a 15% na quantidade de ATR por hectare colhido (TAH), prejudicando a quantidade de produtos extraída por unidade de área. Com exceção do norte do Paraná e da região de Assis em São Paulo, a queda de TAH é generalizada em todo o Centro-Sul, chegando a atingir 18,0% em Goiás, 18,8% em São José do Rio Preto, 23,4% em Minas Gerais e 25,2% em Ribeirão Preto", explicou Rodrigues.

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