Por Mei Mei Chu e Joe Cash
BEIJING (Reuters) - A produção de grãos da China deverá ultrapassar um recorde de 700 milhões de toneladas métricas este ano, disse um importante funcionário do Ministério da Agricultura nesta sexta-feira, pedindo esforços contínuos para garantir um fornecimento estável.
Esse número é 0,7% maior do que a safra de 2023, de 695,41 milhões de toneladas, segundo dados do National Bureau of Statistics.
Altamente dependente das importações do Brasil e dos Estados Unidos para alimentar uma população de 1,4 bilhão de pessoas, o maior produtor de grãos do mundo aumentou os investimentos em máquinas agrícolas e tecnologia de sementes nos últimos anos em sua busca pela segurança alimentar.
"A produção de grãos da China tem se mantido estável por nove anos consecutivos, em mais de 1,3 trilhão de jin, e a previsão é de que este ano ultrapasse 1,4 trilhão de jin pela primeira vez", disse Zhang Xingwang, vice-ministro da agricultura e assuntos rurais, em uma coletiva de imprensa em Pequim.
Os volumes citados são equivalentes a 650 milhões de toneladas e 700 milhões de toneladas, respectivamente.
Mas a oferta de soja continua dependente de importações e o plantio de milho ainda está aquém das necessidades, acrescentou Zhang.
"A oferta e a demanda nacional de alimentos estão em um equilíbrio apertado, sem mudanças substanciais e, portanto, os esforços para garantir um fornecimento estável e seguro de grãos não podem ser relaxados", disse ele.
Para aumentar a produtividade, o ministério selecionou e cultivou diversas variedades de soja com alto teor de óleo e alto rendimento, disse ele.
O ministério também planeja medidas sobre subsídios para o processamento de soja e aquisição de estoques.
Outro funcionário do ministério disse que o armazenador estatal Sinograin aumentaria a escala de suas compras de milho, o que ajudaria a aumentar a renda dos agricultores e o plantio.
Os preços da carne suína ficaram estáveis no quarto trimestre e as margens de lucro dos suínos devem permanecer em um nível normal, acrescentou a autoridade.
A China tem se esforçado para se recuperar dos baixos preços recordes da carne suína, bovina e de laticínios no ano passado, depois que uma rápida expansão das fazendas em meio ao declínio do consumo levou a um excesso de oferta.
O ministério disse que continuaria monitorando o ritmo da produção, principalmente de suínos, já que a maior produtividade das porcas reprodutoras enviou mais leitões ao mercado, o que poderia atingir os preços no próximo ano.