Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo subiam na terça-feira (26), em meio a sinais de que os produtores cumprem suas promessas de reduzir a oferta de petróleo enquanto a demanda aumenta.
Às 12h05 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 1,9%, a US$ 33,87 por barril. O contrato de referência internacional Brent ganhava 0,4%, para US$ 35,67.
Mais cedo na terça-feira, a Rússia informou que sua produção de petróleo tinha quase caído para sua meta de 8,5 milhões de barris por dia em maio e junho em seu acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros produtores líderes, grupo conhecido como Opep +.
O grupo deve se reunir novamente no início de junho para discutir a manutenção dos cortes na oferta, tendo concordado em abril em reduzir a produção em quase 10 milhões de bpd para maio e junho. O Ministério da Energia da Rússia se reuniu na terça-feira com os produtores domésticos de petróleo para coordenar os níveis de produção nos próximos meses.
Mas não são apenas os cortes da Opep + que estão causando impacto, já que "os EUA continuam a desempenhar um papel nisso, com quedas impulsionadas pelo mercado. Enquanto vimos os desligamentos da produção nos EUA, continuamos vendo a atividade de perfuração cair”, disseram analistas do ING, em uma nota de pesquisa.
Os dados mais recentes da Baker Hughes mostraram que o número de plataformas de petróleo ativas caiu em 21 na última semana, deixando a contagem em apenas 237 - uma queda de mais de 65% desde meados de março.
Do lado da demanda, Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, ofereceu uma avaliação otimista sobre as perspectivas de recuperação, dizendo que o consumo de petróleo ainda não atingiu o pico e, portanto, o vírus não resultou em impacto de longo prazo no mercado.
O grupo de consultoria em energia Wood Mackenzie tende a concordar, prevendo uma rápida recuperação da demanda de petróleo na China. O consultor coloca a demanda de petróleo no segundo trimestre em 13 milhões de barris por dia, ainda um pouco abaixo do nível do ano passado, mas muito próximo a ele.
De interesse nesta semana serão as assembleias gerais anuais de muitos dos principais produtores de petróleo dos EUA e da Europa, com Total (PA:TOTF), BP (NYSE:BP), Exxon Mobil (NYSE:XOM) e Chevron (NYSE:CVX) entre aqueles que enfrentam perguntas dos acionistas. O recente declínio nos preços colocou sérias dúvidas sobre a capacidade das principais empresas listadas - já sob pressão dos investidores para melhorar suas pegadas de carbono - de monetizar suas reservas a longo prazo.