Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo bruto caíam no início das negociações em Nova York na quinta-feira (20), com as vendas ganhando ritmo após um aumento surpreendente nos pedidos de seguro-desemprego nos EUA que sugerem pressão contínua na demanda local de petróleo.
Os pedidos iniciais de seguro-desemprego aumentaram pela primeira vez desde o final de março, para mais de 1,1 milhão, com outro meio milhão fazendo pedidos iniciais de Assistência ao Desemprego Pandêmico.
Como o último programa foi reduzido drasticamente desde o início do mês, esses aumentos são mais propensos a repercutir na demanda do que no início do verão, quando um regime de apoio mais generoso manteve a renda do consumidor praticamente intacta.
Por volta das 12h11 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA caíam 1%, a US$ 42,70 por barril, enquanto o benchmark global Brent caía 1,3%, para US$ 44,80 por barril. Ambos os marcadores caíram cerca de 50 centavos de dólar desde antes da divulgação dos números de seguro-desemprego.
Os futuros da gasolina RBOB caíam 1,2%, para US$ 1,2755 por galão.
O relatório semanal da Administração de Informação de Energia sobre os estoques de petróleo na quarta-feira reforçou a impressão de que o consumo de produtos dos EUA estagnou, com os níveis de consumo de gasolina e diesel ainda mais de 10% abaixo dos níveis do ano anterior e o fornecimento de combustível para aviação em queda de quase 50%.
Alguns analistas agora estão prevendo pelo menos um pico de curto prazo nos preços, à medida que o Dia do Trabalho e o fim da temporada de viagens de carros de verão se aproximam.
“Nunca obtivemos a força da demanda que esperávamos neste verão, que em termos de refino acabou”, disse Paul Sankey, da Sankey Research, em uma nota matinal. “No próximo ano após as eleições, devemos obter a forte demanda que previmos erroneamente para este verão.”
Além disso, um artigo da Reuters indicou que o risco de excesso de oferta no mercado global ainda está vivo. A agência citou um documento da Opep mostrando que os países que haviam assinado o de corte de produção o haviam excedido em uma média de 2,3 milhões de barris por dia entre maio e julho. O Iraque foi o maior culpado, mas a Rússia e o Cazaquistão juntos produziram em excesso cerca de meio milhão de barris por dia.
Uma reunião de ministros para revisar o pacto na quarta-feira, entretanto, concluiu que nenhuma mudança do cronograma atual sobre a produção era necessária.