Dólar valorizado elevará preços globais do açúcar no longo prazo, projeta Cosan

Publicado 19.03.2015, 12:15
Atualizado 19.03.2015, 12:20
Dólar valorizado elevará preços globais do açúcar no longo prazo, projeta Cosan

SÃO PAULO (Reuters) - A atual situação de dólar valorizado ante o real e também em relação a outras moedas vai contribuir para enxugar a produção de açúcar de alguns países e aumentar os preços internacionais, mas usinas brasileiras terão dificuldades de aproveitar esta conjuntura, em um primeiro momento, para aumentar participação de mercado, devido a seus problemas de endividamento, avaliou nesta quinta-feira o diretor-presidente da Cosan, uma das principais empresas do setor.

"No longo prazo, o dólar como está hoje fará o Brasil retomar 'market share'. Retomar 'market share' significaria o Brasil voltar a investir. Mas a gente não vê isso acontecendo com facilidade por (falta de) disponibilidade de musculatura financeira do setor sucroalcooleito brasileiro", afirmou Marcos Lutz, presidente da Cosan, em teleconferência com jornalistas.

O primeiro contrato do açúcar bruto em Nova York é negociado atualmente na mínima de quase seis anos, em grande parte devido a vendas de produtores brasileiros que buscam lucrar com a atual desvalorização do real. Isso após o setor amargar baixos retornos com o adoçante por um longo período.

"No longo prazo, o dólar baixo começa a tirar produção marginal do mundo. Outros países que não tiveram desvalorização (de suas moedas ante o dólar) começam a ficar com o sistema produtivo muito caro, ou o preço muito baixo", disse o executivo.

O dólar tocou nesta quinta-feira o maior patamar em 12 anos frente ao real.

O executivo não detalhou que países ou produtores sofreriam com a valorização do dólar. Mas esse não é o caso do Brasil, que já começa a se beneficiar do câmbio, especialmente companhias com melhor situação financeira.

Segundo Lutz, essa mudança de cenário em função do câmbio deverá ocorrer, seguramente, em cinco anos, ou até em dois ou três anos, numa projeção mais arriscada.

"A fotografia de longo prazo é altista para o preço em dólar do açúcar, e muito altista", completou.

A empresa acelerou recentemente sua fixação de preços de açúcar no mercado futuro para aproveitar a oscilação do câmbio e a volatilidade das cotações em Nova York, disse Lutz.

"Na prática, a gente teve boas oportunidades de fixar preços rentáveis o suficietne ao longo do tempo", afirmou o executivo.

A empresa de infraestrutura e energia teve prejuízo líquido de 83,5 milhões de reais no quarto trimestre de 2014, ante lucro de 229,8 milhões de reais no mesmo período de 2013, segundo balanço divulgado na noite de quarta-feira.

(Por Gustavo Bonato)

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