Por Marta Nogueira e Peter Frontini
RIO DE JANEIRO (Reuters) -O Brasil, maior exportador mundial de café, exportou 3,025 milhões de sacas de 60 kg de café verde para o exterior em setembro, queda de 4,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, diante de uma queda dos preços da variedade arábica neste ano, informou o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) nesta terça-feira.
Os embarques da variedade arábica caíram em setembro 20,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior, atingindo 2,4 milhões de sacas, uma vez que a queda dos preços da variedade desencorajou embarques.
"Nesse cenário, os cafeicultores ficaram mais resistentes para realizar novos negócios, assim como, com diferenciais mais estreitos, não há atratividade na outra ponta, com compradores pouco ativos nesse momento", afirmou em nota o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Nesta terça-feira, os futuros do café arábica na ICE tocaram mais cedo o menor nível em nove meses.
Ferreira disse ainda que alguns associados também relataram atraso nos embarques nos portos. "Devido a problemas logísticos, com mudanças de navios e postergações por parte de algumas companhias, houve 'delay' nos processos, resultando em portos abarrotados e terminais impedidos de receber mais cargas em alguns períodos do mês passado", adicionou.
Entretanto, as exportações de robusta/conilon continuaram a apresentar um crescimento significativo em comparação com o mesmo período do ano passado, depois de atingirem um recorde mensal histórico em agosto, com a queda da produção em países produtores concorrentes, como o Vietnã e a Indonésia.
As exportações de robusta dispararam 317,3% em setembro, para 624.999 sacas.
No total, incluindo o produto industrializado, o Brasil embarcou em setembro 3,294 milhões de sacas, queda de 5,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em receita cambial, o recuo foi de 23,2%, para 638 milhões de dólares, segundo o Cecafé.
(Por Marta Nogueira e Peter Frontini; edição de Letícia Fucuchima e Pedro Fonseca)