SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne suína do Brasil recuaram 16,3% em março, no comparativo anual, para 91,4 mil toneladas, na esteira de um menor apetite de compras da China, mostraram dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta sexta-feira.
O resultado, que considera todos os produtos entre in natura e processados, também se compara a uma base elevada, visto que as 109,2 mil toneladas embarcadas em março de 2021 representaram o segundo melhor desempenho mensal da história.
Com isso, a receita de vendas externas da proteína no mês passado caiu 27,3%, para 190,3 milhões de dólares.
A China seguiu como principal importadora, mas adquiriu somente 34,1 mil toneladas de carne suína em março, volume 41,8% menor que o importado um ano antes.
Hong Kong, segundo maior destino da proteína brasileira, diminuiu as compras em 44,2%, para 9,7 mil toneladas.
Apesar das quebras, o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua, afirmou em nota que a perspectiva é de recuperação da demanda chinesa.
"A China deverá continuar comprando carne suína brasileira nos próximos meses. A esperada melhora da situação da Covid lá e o respectivo relaxamento das restrições ao trânsito de pessoas seguramente aumentarão a demanda pela carne suína importada de maneira geral", disse ele.
"A difícil situação de mão de obra em países concorrentes do Brasil também deverá possibilitar que o setor aumente seus volumes no curto e médio prazo", acrescentou.
Na ponta positiva, Filipinas foi destaque com 6,8 mil toneladas (+255,2%), seguida por Singapura, com 5,2 mil toneladas (+36,4%) e Argentina, com 5 mil toneladas (+71,5%).
Neste cenário, os embarques de carne suína do Brasil chegaram a 237,5 mil toneladas no primeiro trimestre, número 6,3% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.
Em receita, o saldo do trimestre foi de 498,5 milhões de dólares, queda de 16,1%.
(Por Nayara Figueiredo)