O Brasil encerrará o ano de 2023 com US$ 164 bilhões em exportação de produtos do agronegócio, segundo estimativa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária) divulgada nesta 4ª feira (6.dez.2023). O valor simboliza um aumento de 3% em transações no comparativo com dados de 2022.
O principal comprador do país foi a China, seguida da União Europeia e dos Estados Unidos. O parceiro asiático exportou US$ 51,1 bilhões do setor brasileiro, com foco em soja e milho. A partir disso, a contribuição chinesa nas exportações subiu 13,3% em 2023. Eis a íntegra do levantamento (PDF – 26 MB).
A soja em grãos segue sendo o carro-chefe do Brasil, com ganho de US$ 48 bilhões e alta de 10,7% em comparação com o ano passado. O milho e o açúcar de cana também apresentaram alta de, respectivamente, 21,4% e 31,7% no acumulado de 2023.
O setor de carne bovina, no entanto, registrou uma baixa de 25,2% nas exportações, o que simboliza uma perda de US$ 2,6 bilhões. Segundo a CNA, o cenário é consequência de uma queda na demanda internacional pelo produto. Só na China, por exemplo, o valor total de exportações de carne caiu US$ 2,3 bilhões.
Queda de lucro
Apesar do cenário otimista na exportação do país, a CNA estima que as margens de lucro dos produtores brasileiros devem cair em 2024 como consequência dos custos de produção elevados e da queda no preço das commodities.
Para a soja, a previsão é de uma baixa de 14% no próximo ano. Segundo relatório da confederação, o ritmo de comercialização lento “pode comprimir ainda mais as margens”. Para o feijão e o milho de 2ª safra, a queda prevista é de 15% e 20%, respectivamente. No caso do trigo, a perda pode chegar a 219%.
A única safra com previsão de aumento de lucro em 2024 é a de arroz, com alta de 169%. O valor, contudo, poderá variar a partir do excesso de chuvas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, principais produtores do grãos no país.