SÃO PAULO (Reuters) - A produtora de celulose Fibria (SA:FIBR3) vê possibilidade real de aumento de preços do insumo no curto prazo, em meio a volumes elevados de vendas na China e momento positivo nos mercados dos Estados Unidos e da Europa.
"O mercado está apertado... O assunto está na casa. Se há uma possibilidade real é de repique de preço. Estamos definindo", disse o presidente-executivo da companhia, Marcelo Castelli, nesta terça-feira durante evento da consultoria de papel e celulose RISI.
Conforme o executivo, a empresa ainda está fazendo as análises sobre os preços, visto que não costuma anunciar aumentos para um só mercado.
Castelli afirmou que como a demanda por celulose continua forte, "o preço não tem tendência de queda, tem de estabilidade ou de aumentos", disse ele.
O último aumento de preços decidido pela maior produtora de celulose de eucalipto do mundo foi anunciado em maio, de 20 dólares e com validade a partir de junho. Os preços na Europa passaram a 810 dólares a tonelada; na Ásia a 700 dólares e na América do Norte a 900 dólares.
No caso da rival Suzano (SA:SUZB5), o diretor executivo da unidade de negócios de papel e celulose da empresa, Carlos Aníbal, disse que a companhia vai aguardar os desdobramentos do fechamento de duas linhas de produção na China para decidir sobre a precificação do insumo nas próximas semanas.
Em um prazo mais longo, o presidente-executivo da Suzano, Walter Schalka, disse que não vê risco de alta nem de queda do preço da celulose.
"Cada vez que um projeto novo entra em produção existe uma ansiedade no mercado... Vai haver uma volatilidade natural da indústria, mas não vejo risco", afirmou.
O setor de celulose deve ver a entrada apenas no Brasil de cerca de 5 milhões de toneladas em capacidade produtiva adicional entre 2016 e 2018, incluindo projetos de Fibria, Klabin (SA:KLBN4) e Eldorado Celulose.
(Por Priscila Jordão)