Investing.com - Os preços do ouro subiram mais de 2% na sexta-feira, o maior ganho em um dia em quase três meses, uma vez que o dólar norte-americano recuou após a divulgação de dados pessimistas sobre as folhas de pagamento nos EUA ter diminuído o otimismo relacionado com a força da economia e ter reduzido as expectativas para um aumento das taxas do Banco Central dos EUA (Fed) no meio do ano.
A economia dos EUA adicionou apenas 38.000 vagas de emprego em maio, o menor ganho desde setembro de 2010 e muito abaixo das expectativas para um aumento de 164.000. A economia gerou 123.000 empregos em abril, cujo número foi revisto para cima de um aumento para 160.000, de acordo com o Departamento do Trabalho na sexta-feira.
Ainda na sexta-feira, o Institute of Supply Management (ISM) informou que seu índice gerente de compras (PMI) para o setor não industrial caiu para 52,9 no mês passado, abaixo de 55,7 em abril. Foi a leitura mais fraca desde fevereiro de 2014. Os analistas esperavam que o índice caísse para 55,5.
Os dados pessimistas provavelmente desconsideraram a alta das taxas de juros em junho, com os investidores apostando em uma possibilidade de apenas 4% para um aumento da taxa neste mês, abaixo dos 21% antes dos dados, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group (NASDAQ:CME).
A probabilidade para um aumento em julho caiu para 32% de 58% no dia anterior, ao passo que a probabilidade para setembro ficou em quase 48%, em comparação com 66% na quinta-feira.
O ouro é sensível a movimentos nas taxas de juros norte-americanas. Um aumento gradual das taxas é visto como uma ameaça menor para os preços do ouro do que uma série rápida de aumentos.
O dólar norte-americano operou em uma baixa de três semanas em relação a uma cesta das principais moedas na sexta-feira, com os investidores diminuindo as expectativas para o próximo aumento das taxas nos EUA.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, ficou em 93,86, um nível não visto desde 12 de maio, ants de fechar em 93,90, uma queda de 1,74% para o dia.
Geralmente, a fraqueza do dólar beneficia o ouro já que ela aumenta o apelo do metal como um bem alternativo e deixa as commodities em dólar mais baratas para os detentores de outras moedas.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em agosto junho atingiu uma alta diária de US$ 1.247,40 por onça-troy, o nível mais alto desde 23 de maio. Na semana, os preços fecharam em R$1.242,90, uma alta de US$ 30,30, ou 2,5 para o dia.
Na semana, os futuros de ouro ganharam US$ 26,20, ou 2,1%, a primeira alta em um mês.
Os preços do metal preciso estavam sob pressão nas últimas semanas, ficando em uma baixa de US$ 1.199,00, no dia 31 de maio, uma vez que os comentários recentes de autoridades do Fed, bem como as atas da reunião de abril do Fed, convenceram muitos analistas e investidores de que um aumento das taxas em junho ou julho é uma possibilidade real.
Nesta semana, os participantes do mercado estarão prestando atenção a um discurso muito esperado da presidente do Banco Central dos EUA (Fed), Janet Yellen, na segunda-feira, para mais pistas sobre o momento da próxima alta de taxas nos EUA.
A última semana antes da reunião do Fed nos dias 14 e 15 de junho é relativamente leve no que diz respeito a dados, com a maioria do foco propenso a cair sobre o sentimento do consumidor na sexta-feira para avaliar a saúde da economia.
Em outra parte das negociações de metais, os futuros de prata com vencimento em julho subiram 34,0 centavos, ou 2,12%, para US$ 16,36 por onça-troy na sexta-feira. Na semana, os futuros de prata subiram 14,5 centavos, ou 0,59%, saindo de uma série de quatro semanas de perdas.
Também na Comex, os futuros de cobre com vencimento em julho subiram 4,3 centavos, ou 2,08%, para US$ 2,113 por libra. Na semana, os preços do cobre negociados em Nova York caíram 0,1 centavos, ou 0,09%.
A China deve divulgar dados sobre comércio e inflação nesta semana, em meio às atuais preocupações com a saúde da segunda maior economia do mundo.
A nação asiática é a maior consumidora mundial de cobre, respondendo por quase 45% do consumo mundial.
Antecipando-se à próxima semana, a Investing.com compilou uma lista de eventos significativos que podem afetar os mercados.
Segunda-feira, 6 de junho
A presidente do Fed, Janet Yellen, deve fazer um pronunciamento sobre a perspectiva econômica e a política monetária no World Affairs Council of Philadelphia.
Terça-feira, 7 de junho
O Banco Central da Austrália publicará sua decisão de taxa de juros.
Os EUA também devem divulgar dados revisados sobre o custo de produtividade e de trabalho.
Quarta-feira, 8 de junho
A China deve publicar um relatório sobre a balança comercial.
O Reino Unido deve publicar dados sobre a produção industrial.
Os EUA devem produzir dados sobre vagas de emprego e pesquisa sobre a rotatividade.
Quinta-feira, 9 de junho
O Banco da Reserva da Nova Zelândia deve anunciar sua decisão sobre taxas e publicar sua declaração de taxa.
A China deve divulgar dados sobre o índice de preços ao consumidor e produtor.
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, deve se pronunciar em Fórum Econômico em Bruxelas.
Os EUA devem divulgar o relatório semanal sobre os pedidos novos de seguro desemprego.
Sexta-feira, 10 de junho
O presidente do Bundesbank da Alemanha, Jens Weidmann, deve fazer um pronunciamento sobre a estabilidade monetária, financeira e fiscal na Conferência da Primavera do Bundesbank, na Alemanha.
Os EUA devem resumir a semana com dados sobre o sentimento do consumidor.