Futuros de petróleo atingem baixa de 6 meses devido a temores gregos

Publicado 23.05.2012, 05:01
Investing.com – Os contratos futuros de petróleo ficaram sob pressão durante as negociações europeias da manhã desta quarta-feira, caindo para o menor nível desde novembro, uma vez que as preocupações cada vez maiores quanto a uma possível saída grega da zona do euro fizeram os investidores evitar ativos mais arriscados antes de uma reunião de cúpula dos líderes europeus, no final do dia.

As preocupações com uma interrupção no abastecimento de petróleo iraniano e as preocupações com as perspectivas de crescimento global pesaram ainda mais sobre os preços da commodity.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), os futuros de petróleo leve e doce para entrega em julho foram negociados a US$ 91,17 o barril durante as negociações europeias da manhã, caindo 0,75%.

Anteriormente, os futuros caíram até 1,1%, para negociação a US$ 90,86 por barril, a maior baixa desde 3 de novembro.

O sentimento do mercado foi abalado após o ex-primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, ter informado que o endividado país não tinha escolha senão manter o pesado programa de austeridade ou enfrentar uma saída prejudicial da zona euro. Papademos também alertou que os preparativos para uma saída grega estavam sendo considerados.

Enquanto isso, os investidores voltaram a atenção para a reunião dos líderes europeus, em Bruxelas, no final do dia, em meio a preocupações relacionadas a uma divisão entre o novo presidente da França, François Hollande, que favorece medidas destinadas a apoiar o crescimento, e a Alemanha, que é a favor das medidas de austeridade.

Os temores atuais relacionados à Grécia vêm perturbando os mercados globais de ações e de commodities desde o início de maio. Os preços do petróleo negociado na Nymex caíram quase 14% nas últimas três semanas.

Os preços de energia ficaram sob mais pressão depois que o presidente da agência nuclear da ONU disse, na terça-feira, que chegou a um acordo com o Irã acerca do trabalho de sondagem suspeita de armas nucleares, aumentando a perspectiva de uma resolução do conflito sobre a questão.

No final do dia, o Irã participará de reuniões com os EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha, em Bagdá.

As preocupações com a saúde da economia mundial mantiveram os preços com o pé atrás. O Banco Mundial reduziu sua previsão de crescimento econômico deste ano para a China para 8,2% a 8,4% e pediu para se basear em uma política fiscal mais flexível para estimular o consumo em vez de o investimento do estado para aumentar a atividade.

A China é o segundo maior consumidor de petróleo do mundo depois dos EUA e tem sido o motor do fortalecimento da demanda. Uma desaceleração muito grande na China, segunda maior economia do mundo, pode prejudicar o crescimento global, que, por sua vez, já está hesitante em virtude das medidas de austeridade da Europa.

Os traders de petróleo esperavam ansiosamente o relatório, a ser emitido pela Administração de Informação de Energia dos EUA, sobre os estoques norte-americanos de produtos brutos e refinados, no final do dia.

Espera-se que o relatório mostre que os estoques de petróleo bruto aumentaram em 1 milhão de barris na semana passada, o maior nível desde agosto de 1990, dando suporte aos temores acerca de uma desaceleração na demanda de petróleo por parte dos EUA.

Após o fechamento dos mercados na terça-feira, o American Petroleum Institute, um grupo do setor petrolífero, informou que os estoques de petróleo dos EUA cresceram em 1,48 milhões de barris na semana passada, acima das previsões de um aumento de 0,95 milhão de barris.

Os EUA é o maior consumidor mundial de petróleo, responsável por quase 22% da demanda global de petróleo.

Na ICE Futures Exchange, os contratos futuros de petróleo Brent para entrega em julho caíram 1%, para negociação a US$ 107,35 o barril, com o spread entre os contratos Brent e de petróleo ficando a US$ 16,18.

O petróleo Brent, a referência europeia, está mais que 15% abaixo de sua alta intradiária de US$ 128,38 atingida em 1 de março.

Uma perda potencial do fornecimento do petróleo iraniano ajudou a sustentar os fortes ganhos dos preços do petróleo durante o ano passado e o primeiro trimestre deste ano.

Mas as negociações entre o Irã e as grandes potências sobre as ambições nucleares do Teerã, junto com a crescente produção da Arábia Saudita e Líbia e sinais de um crescimento econômico norte-americano e de emprego no país mais lento, ajudaram a recuar os preços do petróleo das altas do primeiro trimestre.

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