Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do ouro deram continuidade a seu rápido rali na terça-feira (24), enquanto os investidores tiram vantagem das vendas forçadas da semana passada para criar novas posições em antecipação de mais um longo período de taxas de juros baixas..
Às 16h15 (horário de Brasília), os futuros do ouro para entrega na Comex estavam em alta de 6,3%, a US$ 1.666,30, tendo anteriormente atingido sua máxima desde 11 de março. Os preços agora estão 13% mais altos em relação à mínima da semana passada.
O ouro spot subia 4,59% a US$ 1.624,39.
Os futuros da prata também voltaram a crescer, subindo 7,8% para US$ 14,295 por onça. Ambos foram apoiados pela diminuição das pressões de financiamento imediato, evidenciada pela queda acentuada na demanda por dólares no leilão semanal de swap do Banco Central Europeu.
A platina e seus contratos futuros deram um salto após a África do Sul ordenar que as minas fossem colocadas em programação de cuidados e manutenção, a fim de suprimir a propagação do vírus Covid-19. Isso ameaça criar escassez futura em fornecimento de paládio em particular, embora o colapso nas vendas globais de automóveis signifique que as montadoras têm poucas razões para se preocupar no curto prazo sobre falta de fornecimento.
Os futuros da platina tinham alta de 12,65% para US$ 706,85 por onça, enquanto os futuros do paládio subiam 15,71% para US$ 1.801,50 por onça.
O fechamento das minas da África do Sul também afetou o ouro, naturalmente. Porém, como o ouro minerado não é consumido fisicamente, e como a maior parte da ação do mercado de ouro está agora em produtos financeiros como ETFs, o equilíbrio do mercado à vista de oferta e demanda físicas é menos importante.
O rali do ouro quebrou a correlação tradicional com os títulos do governo, que tiveram queda acentuada enquanto alguns investidores se moveram novamente dos portos-seguros para as ações, e outros venderam mais com medo do aumento acentuado em títulos causado pelos enormes pacotes de estímulos fiscais anunciados - e ainda sendo preparados - nos EUA, na Europa e em outros locais.
Analistas do Goldman Sachs argumentaram que um padrão similar no ouro está começando, com o de 2008 começando a emergir. Doze anos atrás, o ouro também sofria inicialmente com o peso da venda forçada, antes de iniciar um longo rali causado pelos receios de degradação de moedas a longo prazo.
"Provavelmente estamos em um ponto de inflexão em que as compras orientadas pelo medo começarão a dominar a pressão de vendas direcionada à liquidez, como ocorreu em novembro de 2008", disseram analistas liderados por Jeff Currie em nota aos clientes. "Como tal, as perspectivas de curto e longo prazo para o ouro estão parecendo muito mais construtivas, e estamos cada vez mais confiantes em nossa meta de 12 meses de US$ 1.800 por onça".