Por Jonathan Saul e Lefteris Papadimas
ATENAS (Reuters) - A Grécia emitiu uma série de advertências a armadores para evitar navegar perto das águas iranianas dias antes de Teerã apreender dois navios-tanque em meio ao aumento das tensões na região, segundo documentos e fontes do setor.
O Irã apreendeu um segundo petroleiro em uma semana nas águas do Golfo, disse a Marinha dos Estados Unidos, na mais recente escalada em uma série de apreensões ou ataques a embarcações comerciais nas águas do Golfo desde 2019.
O incidente ocorre após o Irã apreender, em 27 de abril, um petroleiro com bandeira das Ilhas Marshall no Golfo de Omã, que foi detido pelas autoridades no porto iraniano de Bandar Abbas.
"Devido às recentes ameaças iranianas de possível retaliação contra a navegação grega, recomendamos fortemente que a navegação na área acima, bem como no Estreito de Ormuz e no Golfo de Omã, seja realizada, se possível, fora das águas sob jurisdição do Irã, e sob maior cautela ao navegar perto das áreas acima", disse o ministério da navegação da Grécia em um comunicado datado de 20 de abril visto pela Reuters.
Os funcionários do governo grego não responderam imediatamente a um pedido de comentário. Uma fonte da indústria com conhecimento da situação disse que as companhias de navegação foram aconselhadas a deixar a área perto do Irã.
"A Grécia emitiu algumas advertências informais para os marítimos da área há algumas semanas", disse separadamente à Reuters um funcionário da indústria naval grega com conhecimento do assunto.
O funcionário acrescentou que outros petroleiros gregos estavam "se afastando da área" sem fornecer mais detalhes.
A empresa de segurança marítima Ambrey disse que, após o alerta inicial do ministério da navegação da Grécia, "observou o êxodo de um número extraordinariamente alto de navios de bandeira grega da região do Golfo".
A Ambrey avalia que o risco para a navegação mercante "não se limitava ao Estado de bandeira, mas às afiliações com a Grécia e os Estados Unidos."
Washington apreendeu uma carga de petróleo iraniano nas últimas semanas a bordo de um navio-tanque administrado por uma empresa grega.
(Por Jonathan Saul e Eleftherios Papadimas)