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Grupo brasileiro alinha investimento de mais de US$800 mi em diesel renovável no Paraguai

Publicado 25.02.2019, 20:23
© Reuters. Amostras de combustíveis renováveis
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Por Roberto Samora

(Reuters) - O ECB Group, holding de investimentos do empresário brasileiro Erasmo Carlos Battistella (SA:BTTL4), assinou nesta segunda-feira um memorando de entendimento com o governo do Paraguai para investir no país vizinho mais de 800 milhões de dólares em unidade de diesel e querosene de aviação renovável.

O complexo Ômega Green, que terá capacidade de produção diária de até 16.500 barris dos dois produtos, utilizará no processo o chamado "hidrogênio azul", obtido por eletrólise da água, mas que demanda carga relevante de energia elétrica --tal tecnologia é ainda inédita em fábricas no Hemisfério Sul, segundo o ECB.

O objetivo da unidade, que teria capacidade para atender mais de um terço do consumo paraguaio de diesel fóssil, segundo a empresa, é vender a produção do combustível renovável na exportação, obtendo com isso retornos mais altos, possíveis graças a uma demanda de países que têm compromissos para a reduzir emissões de gases poluentes.

Segundo Battistella, que também é parceiro da Petrobras (SA:PETR4) em outro empreendimento, a produtora de biodiesel convencional BSBios, o acordo com o governo paraguaio foi assinado após quase oito meses de estudos de viabilidade técnica e econômica.

Uma segunda etapa do projeto vai englobar questões de engenharia, licenciamento e acordos comerciais para a comercialização da produção. Ele também buscará parceiros para financiar a construção do complexo, algo que deve começar entre o final deste ano e o início de 2020.

"Vamos ter o 'funding' de três origens: uma parte será financiado, uma parte virá de recursos próprios e a outra de parceiros, principalmente fundos de investimentos que estão investindo em combustíveis avançados", disse Battistella à Reuters.

"Nossa estimativa é trabalhar nove a dez meses em engenharia, a questão comercial e a financeira. Depois teremos 24 meses de obras, esperamos que no primeiro trimestre de 2022 estejamos com a operação em marcha", destacou.

A unidade deverá ser instalada no município de Villeta, às margens do Rio Paraguai, e contará com um terminal logístico rodoviário e portuário, com escoamento da produção por hidrovia.

Ele disse que o governo do Paraguai se comprometeu a dar apoio legal, em um país que, segundo ele, já é bastante "pró-negócios".

Haverá a necessidade, por exemplo, da criação de um marco legal para combustíveis avançados.

"A rota mais utilizada para a produção de hidrogênio é à base de gás natural. No Paraguai, como tem grande produção de energia e disponibilidade de água, vamos produzir o hidrogênio azul, à base de água. A estimativa inicial é que teremos o projeto mais verde do mundo, não tem notícia de tal projeto no Hemisfério Sul", disse ele.

Questionado se o projeto demandará subsídios para um consumo de 300 megawatts-hora de energia, ele afirmou apenas que está dialogando com o governo daquele país para ter garantia de suprimento.

"O Paraguai já tem um preço de energia atrativo comparado com outros países. Estamos trabalhando para a energia elétrica não ser um problema, não há um subsídio, mas há uma estruturação de projeto, para que o preço que é competitivo se mantenha, para dar segurança...", disse.

Assim como no biodiesel convencional, o diesel e o querosene renováveis utilizarão óleos vegetais, como de soja, e gorduras animais, como matérias-primas.

"Estimamos que dentro da nossa conta devemos utilizar 2 milhões de toneladas de soja, há disponibilidade de matéria-prima e as gorduras animais vão ter participação bem significativa", declarou.

De qualquer forma, a demanda da unidade equivaleria a cerca de 20 por cento da produção paraguaia de soja, considerando dados da safra atual.

© Reuters. Amostras de combustíveis renováveis

O Brasil, que colhe mais de dez vezes a produção de soja do Paraguai, também teria potencial para desenvolver o diesel renovável, algo que começará a ser discutido com a implementação do programa RenovaBio, segundo o empresário.

"Defendo essa tese, de que países do cone sul podem se transformar nos Emirados Árabes dos biocombustíveis, pelo etanol, biodiesel e os avançados...", afirmou.

O diesel renovável é muito mais versátil que o biodiesel, podendo ser utilizado nos veículos sem a necessidade de mistura com o diesel fóssil.

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