Grupo de energia 2W Ecobank tem aprovado pedido de recuperação judicial

Publicado 23.04.2025, 11:47
Atualizado 23.04.2025, 20:31
© Reuters. Turbinas eólicas em Fortaleza

SÃO PAULO (Reuters) -A 2W Ecobank informou nesta quarta-feira que a 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo aprovou seu pedido de recuperação judicial, conforme fato relevante da comercializadora e geradora de energia elétrica ao mercado.

O grupo já havia informado mais cedo ter protocolado na Justiça do pedido de recuperação judicial, que busca "otimizar sua estrutura de capital, aprimorar a eficiência operacional e fortalecer a criação de valor no longo prazo". A companhia vem enfrentando dificuldades financeiras nos últimos anos após uma mal sucedida ampliação de seus negócios.

A petição divulgada mais cedo não esclarece qual é o montante total da dívida da holding 2W Ecobank e da 2W Comercializadora Varejista, subsidiária que também teve seu pedido de proteção deferido pela Justiça.

Antes do pedido de recuperação judicial, o grupo já havia obtido uma liminar para suspender ações e execuções de cobrança de créditos e impedir que credores pudessem adotar medidas de execução, constrição ou arresto dos bens da 2W ou rescindirem contratos. Essa medida, no entanto, perdeu eficácia após um prazo de 60 dias.

A 2W nasceu como uma comercializadora de energia elétrica para o mercado livre e foi ampliando seu escopo de atuação ao longo do tempo, entrando na geração de energia eólica e mais recentemente na área de serviços financeiros e ligados à sustentabilidade.

Segundo a petição da recuperação judicial, a crise econômico-financeira do grupo está diretamente relacionada aos "investimentos expressivos" para expansão, principalmente na construção de dois parques eólicos, que receberam aportes de R$ 2,2 bilhões.

Entre financiamentos para os projetos eólicos, a empresa cita na petição emissões de debêntures e financiamentos contraídos junto ao Darby International Capital e ao Banco do Nordeste (BNB).

A empresa argumenta que a implantação dos projetos eólicos enfrentou "significativos atrasos e variações de custo" ao longo do tempo, em meio à insolvência da empreiteira Allonda e à renegociação de contratos com fornecedores dos aerogeradores e componentes, entre outros fatores.

Com esse atraso, a companhia teve que comprar energia elétrica no mercado spot a um custo mais elevado para honrar contratos. Nesse contexto, cita ainda uma disparada no ano passado do preço de energia de curto prazo, o PLD, por mudanças nas condições hidrológicas.

Todo esse cenário, diz a empresa, levou a uma geração de caixa insuficiente para honrar com custos de financiamentos e obrigações com fornecedores, clientes e contrapartes.

Na comercialização de energia, uma restrição imposta pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) teria agravado a situação, diz a 2W, citando questões reputacionais e rescisão unilateral de contratos de energia por parte de clientes.

Na petição, a companhia defende que a crise de liquidez trata-se de "contexto pontual e específico" e é momentânea. "Esse cenário não deve, de nenhuma forma, afetar de modo definitivo a solidez das atividades das requerentes".

A companhia pediu que fossem concedidas tutelas provisórias de urgência para que a CCEE seja impedida de desligar as comercializadoras do mercado e aplicar multas e penalidades, e também para suspender a eficácia da declaração de vencimento antecipado de uma emissão de debêntures e outras obrigações.

(Por Letícia Fucuchima; reportagem adicional de Patrícia Vilas Boas; edição de Roberto Samora e Fabrício de Castro)

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