Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) -A produção de milho 2020/21 de Mato Grosso deverá atingir 32 milhões de toneladas, estimou nesta segunda-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao fazer um novo corte em sua projeção mensal em relação aos 34,6 milhões vistos anteriormente.
A perspectiva representa queda de 9,72% ante a safra 2019/20, em meio a danos causados pelo clima sobre a produtividade desta temporada. Na comparação anual, a área plantada do Estado cresceu cerca de 5%.
"As poucas chuvas durante o mês de maio não foram suficientes para repor o déficit hídrico em grande parte das regiões do Estado", disse o Imea na análise.
O instituto lembrou que mais de 40% das áreas foram plantadas fora do período ideal e que as lavouras mais tardias tiveram a situação agravada neste mês, porque ainda estão em fase de enchimento de grão --período que a planta necessita de água disponível no solo para completar seu ciclo de desenvolvimento.
"Diante das dificuldades nestas áreas, a produtividade no estado foi reajustada para 93,80 sacas por hectare, recuo de 7,51% em relação ao último relatório e 13,96% ante ao registrado na última temporada."
As regiões nordeste e sudeste de Mato Grosso foram afetadas diretamente pelo baixo índice pluviométrico de maio, destacou o Imea.
A falta de chuvas em maio também afetou os rendimentos esperados para as lavouras de algodão, disse o Imea, ressaltando que 20% da área foi plantada com atraso e conta com cultivos mais vulneráveis.
Com isso, a projeção para a pluma foi ligeiramente rebaixada para 1,62 milhão de toneladas, ante 1,64 milhão vistos no levantamento anterior. Em relação à temporada passada, há queda de 25%.
SOJA
O instituto ainda elevou sua expectativa para a próxima safra de soja a um recorde de 37,26 milhões de toneladas, ante 37,12 milhões apontados no levantamento anterior.
Se confirmado, o volume superaria os 36,05 milhões colhidos no maior Estado produtor da oleaginosa no país em 2020/21, segundo o Imea.
A estimativa de área foi ampliada em 3,19% ante o observado na safra 2020/21, alcançando 10,79 milhões de hectares.
"Dentre os fatores que levaram a esse incremento nesta expectativa de 0,38% ante ao mês anterior, observa-se a manutenção dos preços futuros em patamares elevados e a relação de troca favorável por determinados insumos, que favorecem a conversão de áreas de pastagens."
Além disso, as vendas aceleradas de insumos e defensivos, e a comercialização de soja antecipada contribuíram para o avanço nas projeções para a área de plantio da próxima temporada.
(Por Nayara Figueiredo; edição de Marta Nogueira)