Imposto de importação sobre o café pressiona ainda mais torrefadores dos EUA

Publicado 03.04.2025, 15:47
Atualizado 03.04.2025, 15:51
© Reuters. Grãos de café em cafeteria Starbucks de Austin, no Texasn11/02/2017nREUTERS/Mohammad Khursheed

Por Marcelo Teixeira

NOVA YORK (Reuters) - As primeiras tarifas dos Estados Unidos sobre as importações de café desde os tempos coloniais aumentarão os custos e a complexidade para os importadores e torrefadores, que já estão lidando com preços quase recordes.

Os EUA anunciaram na quarta-feira tarifas de 46% sobre as importações do Vietnã, o segundo maior produtor de café do mundo, bem como uma tarifa de 32% sobre as importações da Indonésia, o quarto maior produtor do grão.

Maior produtor de café do mundo, o Brasil recebeu uma tarifa de 10%, assim como a Colômbia, outro importante produtor.

O Vietnã é o terceiro maior fornecedor de café para os EUA, o maior consumidor mundial da bebida. Exporta principalmente café robusta, um tipo amplamente utilizado para fazer café instantâneo e bebidas frias prontas para beber.

"O Vietnã é o grande destaque", disse Tomas Araujo, corretor da StoneX. "Daqui para frente, será um desafio para a cadeia de suprimentos e para os usuários finais, com custos adicionais", acrescentou.

"Isso é grande. A tarifa sobre o Vietnã significa US$2.500 a mais por tonelada" para um comprador dos EUA, disse um trader europeu. Os futuros do café robusta na ICE, a referência global de preços, estavam sendo negociados a cerca de US$5.390 por tonelada nesta quinta-feira.

Ainda é incerto se os grãos que já estão a caminho dos EUA estão sujeitos às tarifas, observou.

Países exportadores de cacau, o principal ingrediente da fabricação de chocolate, também foram taxados. A Costa do Marfim, maior produtor mundial, recebeu uma tarifa de 21%.

"Tanto o setor cafeeiro quanto os fabricantes de doces farão um forte lobby para que as tarifas sejam removidas desses produtos", disse a analista de commodities leves Judith Ganes, presidente da J Ganes Consulting. "Pessoalmente, duvido que as tarifas sejam mantidas."

Os torrefadores dos EUA provavelmente terão de mudar do café robusta do Vietnã para o conilon do Brasil, disseram especialistas. Mas o Brasil não tem muita produção de conilon, pois produz principalmente o café arábica, mais suave.

Os EUA terão de competir pelo conilon brasileiro com o setor interno do país, enquanto a Europa e a China poderão se beneficiar de um suprimento maior do Vietnã a preços mais baixos, acrescentaram.

(Reportagem de Marcelo Teixeira; reportagem adicional de May Angel, em Londres)

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