Por Jessica Resnick-Ault e Erwin Seba
NOVA YORK (Reuters) - Inundações recordes em todo o Meio-Oeste dos Estados Unidos estão ameaçando refinarias de petróleo e as operadoras de oleodutos numa área que vai do Estado de Illinois ao de Louisiana, elevando potencialmente o excesso de estoques de petróleo no mercado interno num momento em que já está em níveis recordes.
As enchentes trouxeram à tona a lembrança das cheias históricas cinco anos atrás, que afetaram 13 por cento da capacidade de refino dos EUA.
Desta vez, dois oleodutos que abastecem a refinaria Wood River, da Phillips 66 (N:PSX), em Illinois, foram fechados como medida de precaução, enquanto em Memphis, Estado do Tennessee, a Exxon Mobil Corp (N:XOM) estava fazendo preparativos para possível encerramento do terminal de produtos refinados e a Valero Energy Corp (N:VLO) se preparava para uma provável inundação de sua refinaria. Os alagamentos ocorrem num momento em que o mercado interno continua com excesso de petróleo, e os estoques em Cushing bateram recordes históricos na semana passada.
Na quarta-feira, dados de estoques mostraram um aumento de 2,6 milhões de barris na semana passada, já que os preços norte-americanos do mercado futuro relativamente altos foram um estímulo à importação do produto e a demanda por derivados enfraqueceu. "Podemos considerar o que aconteceu em 2011 como uma diretriz para o que vai acontecer em 2016", disse John Auersperg, vice-presidente sênior da consultoria de refino Turner Mason & Co.
Enchentes recordes em 2011 afetaram a capacidade de refino dos Estados Unidos em 2,3 milhões de barris por dia, mas apenas uma fábrica foi fechada e duas outras relataram cortes de produção. Desta vez, a previsão é que a enchente seja a terceira mais ampla registrada em Cairo, Mississippi, ao norte de algumas das maiores refinarias do país.
Essas inundações, desencadeadas pelo aumento anormal do derretimento da neve e agravadas por fortes chuvas em abril e maio, motivaram o fechamento por precaução de algumas refinarias, enquanto outras perderam o acesso ao Mississippi por causa de bloqueios no rio. As inundações prejudicaram instalações de refinarias, incluindo a da Exxon Mobil Corp. de Baton Rouge, Louisiana, que produz 502 mil barris por dia.
"Toda essa água vai descer para a região de Louisiana", disse Bob Anderson, porta-voz do corpo de engenheiros do Exército dos EUA.