Por Gus Trompiz
PARIS (Reuters) - A consultoria Strategie Grains cortou ainda mais sua previsão mensal para a safra de milho da União Europeia afetada pela seca, mas disse que uma onda de importações da Ucrânia está ajudando a limitar as tensões relacionadas à oferta.
Em um relatório mensal de cereais, a empresa francesa reduziu sua previsão de safra de milho da UE em 2022 para 50,4 milhões de toneladas, ante 52,9 milhões projetados em setembro.
Esse volume ficou quase 25% abaixo de sua previsão de 66,8 milhões de toneladas em junho, antes de secas severas e ondas de calor danificarem as plantas durante os principais estágios de crescimento do verão.
A perspectiva mais recente ficou 28% abaixo da produção estimada em 2021 e seria a menor safra da UE em 15 anos.
No entanto, a Strategie Grains elevou sua projeção de importações de milho pela UE na atual temporada 2022/23 após uma recente corrida de importações apoiada por um corredor do Mar Negro para embarques ucranianos.
"A colheita de milho na Europa está confirmada no nível calamitosamente baixo de pouco mais de 50 milhões de toneladas, embora usuários já tenham antecipado essa queda na produção e importado massivamente", afirmou o relatório.
"Assim, o mercado de milho europeu está efetivamente encontrando algum espaço para respirar graças à chegada do milho ucraniano (assim como brasileiro)".
O fornecimento permaneceria dependente da situação de guerra na Ucrânia, o que envolve também a continuidade do corredor de transporte, acrescentou a Strategie Grains.
A consultoria aumentou sua previsão para as importações de milho pela UE em 2022/23 para 23,0 milhões de toneladas, de 21,4 milhões projetados no mês passado, com as importações da Ucrânia agora esperadas em 12,8 milhões de toneladas contra 10,4 milhões previstos em setembro.
As tensões relacionadas à oferta de milho também podem ser atenuadas por uma desaceleração econômica, disse a consultoria.
(Por Gus Trompiz)