Por Amy Lv e Andrew Hayley
PEQUIM (Reuters) - Os preços futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram a queda nesta segunda-feira, arrastados pela lenta recuperação da demanda no curto prazo e pelas dúvidas crescentes sobre as perspectivas de médio e longo prazo para o principal ingrediente da fabricação de aço na China, o maior mercado consumidor do minério.
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O contrato mais negociado de maio do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) devolveu algumas perdas registradas mais cedo e encerrou as negociações do dia com queda de 0,11%, a 890 iuanes (123,63 dólares) a tonelada, depois de atingir uma mínima intradiária de 860,5 iuanes.
"A demanda de minério permaneceu sob pressão em meio à produção de metal quente abaixo do esperado e não vemos nenhum fator determinante para uma recuperação de preços no momento", disseram analistas da First Futures em uma nota.
A produção média diária de metais quentes entre as usinas pesquisadas pela consultoria Mysteel caiu pela segunda sessão em 0,3% na semana, para 2,23 milhões de toneladas em 1º de março, a menor desde o início de fevereiro, mostraram dados.
As dúvidas crescentes sobre se os formuladores de políticas da segunda maior economia do mundo anunciariam um estímulo vigoroso para resolver a atual crise da dívida e os problemas imobiliários durante o Congresso Nacional do Povo (NPC) anual, que terá início na terça-feira, também estão pesando sobre o sentimento.
"É provável que o foco (do Congresso) esteja nas metas climáticas, o que pode acabar enfraquecendo a demanda por minério de ferro", disseram analistas do ANZ Bank.
A situação provavelmente mudará em meados de março, quando os estoques de minério nos portos passarão a diminuir após aumento contínuo, e haverá espaço relativamente grande para a recuperação da demanda em relação ao nível atual de produção de metal quente, escreveu um analista da Everbright Futures.
O minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura, no entanto, subiu 2,08%, a 115,6 dólares a tonelada, em parte devido à suavização do dólar norte-americano em meio a rendimentos mais baixos do tesouro.
(Reportagem de Amy Lv e Andrew Hayley)