PEQUIM (Reuters) - Os contratos futuros de minério de ferro caíram nesta sexta-feira, registrando sua segunda perda semanal, em meio a dados fabris fracos e dúvidas crescentes sobre se os formuladores de políticas da China, principal mercado consumidor do minério, revelarão medidas ousadas para ajudar a economia.
O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com recuo de 1,75%, a 871,5 iuanes (121,09 dólares) a tonelada, registrando queda de 3,6% na semana.
O minério de ferro de referência para abril na Bolsa de Cingapura caiu 1,55%, para 113,3 dólares a tonelada, o menor valor desde 24 de outubro de 2023. Na semana, o contrato registrou perda de 4,7%.
A atividade industrial da China contraiu-se pelo quinto mês consecutivo em fevereiro, segundo uma pesquisa oficial de fábrica, aumentando a pressão sobre os formuladores de políticas para que considerem novas medidas de estímulo.
No entanto, uma pesquisa do setor privado mostrou que tanto a produção quanto o volume de novos pedidos cresceram mais rapidamente, elevando a confiança das empresas a uma máxima de 10 meses.
A expectativa é de que o parlamento da China revele planos de estímulo moderados para estabilizar o crescimento em uma reunião anual que começa na terça-feira, mas pode decepcionar aqueles que pedem um roteiro detalhado de políticas ousadas para corrigir os profundos desequilíbrios estruturais do país.
Os preços do minério subiram nas negociações da manhã devido às perspectivas de crescimento da demanda e à mais recente medida de Pequim para apoiar seu setor imobiliário em dificuldades.
"A perspectiva da demanda por aço melhorou antes da reunião do NPC (Congresso Nacional do Povo); além disso, aumentaram as esperanças de que as usinas reponham as matérias-primas e a produção de metais quentes aumente", disse Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures.
Os órgãos reguladores chineses pediram que as prefeituras e as cidades de nível superior estabelecessem um mecanismo de coordenação de financiamento antes de 15 de março, em uma tentativa de apoiar o setor imobiliário do país, que passa por dificuldades.
(Reportagem de Amy Lv e Andrew Hayley)