MT avança mais devagar com colheita de soja por chuvas, mas produtividade é elevada, diz Imea

Publicado 05.02.2025, 10:31
Atualizado 05.02.2025, 10:36
© Reuters.

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja em Mato Grosso, Estado que responde por mais de um quarto da safra brasileira, está acontecendo em ritmo aquém do desejado devido a chuvas diárias, com produtores sendo levados a entrar nas lavouras mesmo com mais umidade, disse nesta quarta-feira o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleiton Gauer, à Reuters.

Ele destacou que, em meio ao tempo chuvoso, produtores precisam programar bem as operações de dessecação das lavouras para evitar que o grão apodreça nos campos, eventualmente gerando perdas.

Além disso, a corrida é para plantar a segunda safra de milho, visando obter a melhor janela climática, já que a colheita de soja está chegando "tudo junto", como dizem os produtores, após um plantio concentrado e tardio.

"De maneira geral, tem conseguido colher. Claro que colher em Mato Grosso nunca é uma coisa fácil", pontuou Gauer, lembrando que o Estado voltou a enfrentar um padrão chuvoso na colheita, após anos de tempo mais seco.

Se as chuvas trazem preocupações para os trabalhos nos campos e para a logística de escoamento, estão ajudando a garantir boas produtividades para as lavouras.

Na última segunda-feira, o Imea elevou a expectativa de produtividade média no Estado e agora está estimando uma safra recorde para o Mato Grosso 2024/25, totalizando 47,16 milhões de toneladas, com crescimento de 20,76% em relação ao ciclo passado atingido pela seca.

A produtividade média esperada para o Estado é de 62,07 sacas de 60 kg por hectare, um aumento de 19% em comparação com a safra anterior e de 7,08% em relação ao levantamento do mês anterior, configurando, até o momento, o segundo maior rendimento da série histórica do instituto ligado aos produtores.

Já o ritmo da colheita está atrás da média histórica para o período. Até a última sexta-feira, o Estado havia colhido 12,20% da área cultivada ante 39,39% no mesmo período do ano passado. Além das chuvas, o plantio foi mais tardio, colaborando para deixar os trabalhos mais atrasados, segundo o Imea.

DESAFIOS

"Este ano tem se mostrado bastante úmido, os produtores têm entrado em áreas com umidade maior para garantir que a soja seja colhida, que ele consiga colocar isso no armazém, para ela não apodrecer na lavoura", disse.

"Então a colheita tem evoluído, mas não na velocidade que o produtor gostaria, ou que vimos em anos anteriores."

Segundo Gauer, se o produtor não programar bem as dessecações, de acordo com as condições climáticas, há "um risco gigantesco de perda".

Para o superintendente do Imea, a preocupação "principalmente agora" é com a segunda quinzena de fevereiro, "já que a maior parte das áreas começa a ficar pronta" para a colheita, e pode pressionar a janela da segunda safra do milho.

"O produtor está bem apreensivo, cuidadoso, olhando bem de perto isso."

Dependendo da intensidade das chuvas, isso pode sobrecarregar a logística e a infraestrutura de armazenamento do Mato Grosso em fevereiro, conforme análise anterior da consultoria AgRural, que antecipou à Reuters em dezembro uma possível situação de tensão vivenciada no momento.

Nesta terça-feira, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimou um aumento na exportação de soja do Brasil em fevereiro para 9,77 milhões de toneladas, mas alertou que as chuvas podem atrapalhar os fluxos logísticos e interromper operações nos portos, reduzindo os volumes projetados.

 

(Por Roberto Samora)

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