A desaceleração da inflação, o recuo do desemprego e o aumento da renda do brasileiro devem garantir um crescimento de faturamento entre 5% e 6% com proteína animal para BRF (BVMF:BRFS3) neste fim de ano. A companhia que sempre foi sinônimo de carnes de aves e suínos no Natal, com o tradicional chester e o peru, agora expande seus domínios para a carne bovina.
Pela primeira vez em anos recentes, o cupim bovino temperado vai integrar a linha de produtos natalinos. Com a marca Sadia, mas produzido pela Marfrig (BVMF:MRFG3), que tem 40% de participação na BRF (é a maior acionista e, na prática, a controladora da empresa), o item deve ser uma das alavancas para ampliar em até dois pontos porcentuais a fatia da companhia no mercado de festas de fim de ano, prevê o vice-presidente de Marketing e Novos Negócios da BRF, Marcel Sacco. No ano passado, a participação da companhia foi de 58%.
"Será o melhor Natal desde a pandemia", afirma o executivo. Apesar do otimismo, ele pondera que existe uma boa dose de cautela na estratégia para a data. Tanto é que, neste ano, os preços dos itens natalinos serão semelhantes aos do Natal passado, mesmo com o recuo significativo na cotação dos grãos, como o milho, principal insumo usado na alimentação de aves e suínos.
A justificativa do executivo para não cortar o preço é que a produção dessas carnes vem ocorrendo desde o começo do ano, quando os custos não estavam tão baixos como atualmente.
Além da carne bovina, a estratégia da companhia para ampliar o faturamento é adequar o mix de produtos ao perfil das famílias brasileiras. Hoje, 25% das famílias são constituídas por três a cinco pessoas. Por isso, a empresa adotou embalagens menores e também produtos mais práticos para o consumo.
Churrasco
Além do cupim, a empresa está lançando mais três produtos: pernil suíno recheado, torta de tender com alho-poró e costelinha suína. "Descobrimos que 20% dos consumidores comemoram a ceia com churrasco, por isso incluímos a costelinha suína." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.