Por Rajendra Jadhav e Mayank Bhardwaj
MUMBAI/NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia não pretende suspender a proibição das exportações de arroz quebrado e cortar um imposto de 20% sobre os embarques de arroz branco ao exterior, à medida que o maior exportador mundial do grão tenta conter os preços domésticos, disseram duas fontes do governo nesta quinta-feira.
As restrições à exportação de arroz de Nova Délhi forçarão os compradores, especialmente na Ásia e na África, a pagar mais pelo alimento básico que encareceu nas últimas semanas.
A Índia proibiu os embarques de arroz quebrado ao exterior e impôs uma taxa de 20% sobre as exportações de vários outros tipos em setembro de 2022, em meio a preocupações com a produção devido às chuvas de monção abaixo da média nos principais estados produtores.
"As exportações de arroz não desaceleraram apesar do imposto de exportação de 20%, e é por isso que acreditamos que não há razão para reduzir ou eliminar o imposto", disse um alto funcionário do governo, que não quis ser identificado de acordo com as regras oficiais.
As exportações de arroz da Índia aumentaram 3,5%, para um recorde de 22,26 milhões de toneladas em 2022. O volume é maior do que os embarques combinados dos outros quatro maiores exportadores: Tailândia, Vietnã, Paquistão e Estados Unidos.
"Não podemos retomar as exportações de arroz quebrado só porque alguém na China ou em qualquer outro país o quer como matéria-prima para fazer etanol ou ração para gado. Preferimos que nossa indústria doméstica o consuma", disse o funcionário.
A China foi a maior compradora de arroz quebrado da Índia, com compras de 1,1 milhão de toneladas em 2021.
A Índia também estenderá suas restrições à exportação de arroz devido a temores de que o fenômeno climático El Niño possa afetar as chuvas de monção deste ano.
"Não queremos correr riscos. Temos estoques limitados de trigo, mas amplos estoques de arroz, que podemos usar se o tempo nos trouxer alguma grande surpresa", disse o funcionário.
Agricultores indianos plantam arroz, a cultura que mais consome água, em junho e julho, quando as chuvas das monções atingem o país.
“Nossas restrições não privaram o mundo de arroz e, ao mesmo tempo, conseguimos manter estoques adequados”, disse outra fonte do governo diretamente envolvida na tomada de decisões. "Gostaríamos de continuar com o mesmo arranjo."
(Por Rajendra Jadhav e Mayank Bhardwaj)