Última chance de assinar o InvestingPro por menos de R$ 2 por dia
SÃO PAULO (Reuters) - O índice de alteração de escalas e atrasos de navios para exportação de café pelo porto de Santos ficou em 75% em fevereiro, melhora de dez pontos percentuais em relação a janeiro, quando registrou a pior condição em um ano, afirmou nesta terça-feira o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
"Apesar de uma ligeira melhora observada em relação a janeiro deste ano, o índice segue acima de 75% -- patamar observado nas épocas de picos de safras de café, açúcar e algodão, no segundo semestre de 2023 -- em um mês (fevereiro) no qual o volume de açúcar não foi elevado, mas que ainda teve um montante significativo de algodão exportado", avaliou o Cecafé.
O indicador, publicado no boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup de tecnologia no segmento logístico ElloX Digital em parceria com o Cecafé), marcou 48% no mesmo período do ano passado.
O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, afirmou que, conforme a atualização do Boletim DTZ, também permanecem os problemas relativos à abertura de "gates" nos terminais, ou seja, do intervalo estipulado para a recepção do contêineres com café.
"Esse fato continua impactando o planejamento de embarques das empresas, de maneira direta, e gerando custos adicionais aos exportadores, uma vez que seguem enfrentando esses entraves para cumprir os prazos e honrar seus compromissos", comentou.
De acordo com o documento, em fevereiro de 2024, apenas 13% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de "gate" aberto por navios. Outros 66% possuíram entre três e quatro dias e 21% tiveram menos de dois dias de período de "gate" aberto.
"É válido ressaltar também que no mês passado 23 navios não tiveram sequer uma abertura de 'gate', fazendo com que os exportadores ficassem sem alternativas e acabassem tendo que arcar com o custo não previsto de 'pré-stacking', onerando ainda mais seus procedimentos", disse Heron.
Diante desse cenário de adiamentos regulares nos embarques de café, que elevam os custos operacionais dos exportadores, o Cecafé pede que associados integrem a iniciativa, com o objetivo de gerar provas para evitar cobranças adicionais e indevidas.
"Seguiremos trabalhando para aprimorar o Boletim DTZ, realizando o cruzamento das informações dos armadores operados por cada navio, bem como os serviços dos mesmos, com o objetivo de trazer informações ainda mais consistentes a esse respeito", disse o fundador e CEO da startup, Lucas Moreno.
(Por Roberto Samora)