DUBAI/LONDRES (Reuters) - É muito improvável que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduza a produção na próxima reunião, em junho, mesmo que os preços continuem extremamente baixos, segundo fontes e delegados do cartel, uma vez que será muito cedo para dizer quão rápido a produção do Irã irá aumentar.
As fontes, que incluem autoridades do Oriente Médio, dizem que os países da Opep como a Arábia Saudita também querem testar o comprometimento da Rússia em congelar a produção antes de tomar qualquer medida adicional para estabilizar os preços.
Mais de 18 meses após os preços do petróleo começarem uma forte queda devido ao excesso de oferta, Arábia Saudita, Catar, Venezuela e a Rússia (que não é da Opep) concordaram no último mês em congelar a produção nos níveis de janeiro, no primeiro pacto global do mundo do petróleo em 15 anos.
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, disse na semana passada que um corte na oferta não estava entre as cartas na mesa, embora tenha adicionado que o congelamento era apenas um primeiro passo para equilibrar o mercado depois que os preços caíram para mínimas desde 2003.
"Talvez ao final do ano (um corte possa ser possível) quando ficar realmente claro que o Irã está realmente produzindo os volumes que eles dizem que estão. Mas não em junho", disse uma fonte de um dos produtores da Opep no Oriente Médio.
"Ninguém na Opep sabe o que está acontecendo nos campos de petróleo do Irã. Então os sauditas querem esperar para ver o que acontecerá na realidade", disse uma fonte de uma delegação da Opep próxima às negociações sobre o congelamento.
Omã, que não é da Opep, e fontes da Opep ventilaram a possibilidade de liberar o Irã do congelamento de produção-- como foi com o Iraque no passado, quando o país foi alvo de sanções internacionais -- mas até o momento Teerã não recebeu nenhuma oferta nesse sentido, segundo fontes na Opep.
O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, planeja viajar para o Irã, aliado próximo de Moscou, em março para mais conversas sobre o congelamento de produção, que ele disse que esse processo pode durar por um ano.
(Por Rania El Gamal e Dmitry Zhdannikov; reportagem adicional de Alex Lawler)