Por Barani Krishnan
Investing.com - O ouro mostrou fôlego renovado na segunda-feira (17) e subiu para uma máxima de mais de três meses, o que deu aos comprados otimismo de que um retorno a US$ 1.900 pode ser possível.
“Os preços do ouro estão subindo contra resistência maciça”, disse Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA, enquanto os preços futuros e à vista chegavam a US$ 1.870, nível visto pela última vez em 1º de fevereiro. “O impulso de alta pode dar início a um rali maior em direção ao nível de US$ 1.900.”
Os futuros de ouro de referência na Comex de Nova York fecharam a US$ 1.867,60, alta de US$ 29,50, ou 1,6%. A máxima da sessão foi de US$ 1.869,25.
O preço à vista do ouro, reflexo das negociações em tempo real, estava em US$ 1.866,65 às 17h (horário de Brasília), após uma máxima intradiária de US$ 1.868,51.
Os investidores e gerentes de fundos às vezes decidem a direção do ouro observando o preço à vista - que reflete o ouro para entrega imediata - em vez de futuros.
A alta do ouro começou no domingo à noite em Nova York, quando a sessão asiática para a nova semana entrou em jogo.
Mesmo antes disso, os comprados no metal amarelo tiveram algumas semanas interessantes em meio a discussões sobre a inflação descontrolada dos EUA após uma série de dados acima do esperado de preços ao consumidor e ao produtor, produção industrial e confiança do consumidor.
O Federal Reserve reconhece que há pressões de preços decorrentes de gargalos nas cadeias de abastecimento dos EUA, que lutam para lidar com a demanda em uma economia que reabre após meses de pandemia.
Mas o banco central insiste que essas pressões inflacionárias são “transitórias” e desaparecerão conforme a economia se recupera totalmente da pandemia. O Fed também diz que não vê necessidade de aumentar as taxas de juros por enquanto.
Tal ambiente aumenta o papel natural do ouro como um hedge de inflação, dizem os comprados, que estão encorajados a tentar primeiro um retorno aos níveis de US$ 1.900, vistos pela última vez em janeiro, antes de um novo impulso para recordes de US$ 2.000 de agosto.
A alta do ouro na segunda-feira veio com rendimentos relativamente calmos do Tesouro dos EUA e do dólar.
Os rendimentos da nota do Tesouro de 10 anos subiam 0,3%, para 1,64%. O Índice Dólar, que compara o dólar contra o euro e cinco outras das principais moedas, caía 0,2% para 90,13.
O peso relativo dos rendimentos do Tesouro “fez maravilhas para o ouro e essa tendência deve permanecer intacta”, acrescentou Moya.
O gráfico semanal de 3 anos do Investing.com para o ouro da Comex mostra a próxima meta plausível de US$ 1.945,70, que será um pico não visto desde 6 de janeiro.
E, se o ouro não recuar significativamente depois disso, significa que US$ 2.000 podem chegar, precisamente US$ 2.101,60 - um pouco abaixo da alta histórica de US$ 2.107,60 fixada em 7 de agosto.