O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta terça, 10, impulsionado por uma queda no rendimento dos Treasuries, que recuaram diante de alguns posicionamentos de dirigentes do Federal Reserve (Fed). As tensões no Oriente Médio que se iniciaram no último final de semana com os ataques contra Israel seguem no radar, ainda que analistas observem uma reação mais tímida nos mercados quando comparado à invasão da Ucrânia pela Rússia no último ano.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,59%, a US$ 1.875,3 por onça-troy.
Para Edward Moya, analista da Oanda, o ouro está tendo um ótimo dia, à medida que o discurso mais pacífico do Fed faz com que os rendimentos do Treasuries caiam em queda livre. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou hoje que os juros estão em níveis "suficientemente restritivos" para garantir o retorno da inflação à meta de 2% nos EUA.
"É fácil ficar entusiasmado com a corrida de regresso ao ouro, mas a queda nos rendimentos das obrigações provavelmente não durará, uma vez que as expectativas de inflação permanecem elevadas", afirma Moya. Hoje, pesquisa mensal do Fed de Nova York informou que as expectativas de inflação para 1 ano nos Estados Unidos subiram de 3,6% em agosto para 3,7% em setembro. Para Moya, o ouro "encontrará um lar entre os níveis de US$ 1.860 e US$ 1.900. A fuga para a segurança ainda não acabou, especialmente considerando todos os riscos para as perspectivas do consumidor", avalia.
Para o Commerzbank, a resposta do ouro aos eventos em Israel - tal como a reação relativamente moderada no mercado petrolífero e em comparação com a forma como respondeu à eclosão da guerra na Ucrânia no ano passado - foi bastante silenciosa, mesmo que tenha constituído o aumento diário mais pronunciado desde o início de maio.