O ouro fechou em queda robusta nesta sexta-feira, 4, pressionado pelo avanço do dólar ante rivais. A divisa americana foi favorecida pelos dados do payroll de maio dos Estados Unidos, que confirmou a perspectiva de aperto monetário do Federal Reserve (Fed) em 50 pontos-base nas duas próximas reuniões.
O contrato do ouro para agosto caiu 1,13%, em US$ 1.850,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
A economia dos Estados Unidos criou 390 mil empregos em maio, acima da expectativa de geração de 328 mil vagas. Já a taxa de desemprego ficou estável em 3,6% e o salário médio por hora avançou 0,3% em relação a abril, ou US$ 0,10, a US$ 31,95, um pouco abaixo da previsão de alta de 0,4%.
Reagindo ao relatório, o dólar se fortaleceu ante rivais, o que, por sua vez, pressionou o metal amarelo. Analistas em geral acreditam que os dados mantêm o Fed no caminho para elevar mais os juros, em 50 pontos-base a cada reunião. O CIBC destaca que, apesar de a contratação ter desacelerado um pouco, ela permaneceu "muito quente" para o conforto do BC americano. Dessa forma, segundo o banco canadense, com as contratações permanecendo em um ritmo sólido, "ainda estamos claramente no caminho para aumentos de 50 pontos-base nas próximas duas reuniões".
De acordo com Edward Moya, da Oanda, investidores esperavam ver uma desaceleração mais forte no crescimento do emprego, o que poderia afastar o Fed de uma alta 50 pontos-base em setembro. "A economia não está enfraquecendo rapidamente e isso acabou com a necessidade de portos seguros hoje", destacou, em relatório enviado a clientes.