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Petróleo avança com dúvidas sobre oferta e retomada da demanda na China

Publicado 22.09.2022, 10:50
© Reuters.
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Por Peter Nurse

Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta quinta-feira, devido à elevação dos riscos geopolíticos e à retomada da demanda da China, ao mesmo tempo em que diversos bancos centrais apertam suas políticas monetárias, o que pode arrefecer a demanda global.

Às 11:20 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 1,11%, a US$ 83,84 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,24%, a US$ 90,93 por barril, no mercado futuro.

O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 1,88%, a US$ 2,534 por galão.

A Rússia deu continuidade à sua maior mobilização militar desde a Segunda Guerra Mundial, após uma ordem do presidente Vladimir Putin, na quarta-feira, intensificando os temores de que a escalada do conflito na Ucrânia possa prejudicar ainda mais a oferta de um importante país exportador de petróleo.

“Trata-se de uma clara escalada e eleva as preocupações em relação às suas implicações para os fluxos de energia da Rússia”, disseram analistas do ING, em nota. “É possível que vejamos o Ocidente tendo que ser mais agressivo em termos de sanções energéticas ou ainda o uso político do abastecimento por parte de Putin”.

A Bloomberg informou nesta quinta-feira que a produção petrolífera da Rússia deve cair para 490 milhões de toneladas em 2023, citando um documento governamental. Isso representa uma queda de cerca de 6% em relação à estimativa anterior de 520-525 milhões de toneladas em 2022.

O que também estava respaldando os preços foi a retomada da demanda petrolífera na China, maior país importador mundial do produto, após ter sido impactada pelas rígidas restrições contra a Covid-19.

“Pelo menos três refinarias estatais e uma privada, Zhejiang Petrochemical, estão considerando aumentar a utilização em até 10% m/m em outubro, em meio à maior demanda doméstica e possível emissão de cotas do governo”, afirmaram analistas do UBS em nota.

Contudo, apesar desses ganhos, o mercado petrolífero ainda pode registrar sua primeira desvalorização trimestral em mais de dois anos, devido a preocupações com uma desaceleração econômica mundial, exacerbada pela política de aperto monetário, no momento em que vários bancos centrais elevam agressivamente suas taxas de juros, a fim de combater a inflação em níveis históricos.

O Federal Reserve subiu suas taxas em 75 pontos-base (pb) na quarta-feira e indicou mais aperto nos próximos meses. Outros aumentos de juros foram anunciados pelo Banco da Inglaterra, o Banco Nacional da Suíça, o Norges Bank da Noruega, além dos bancos centrais da Indonésia e da África do Sul.

Além disso, os estoques de petróleo nos EUA subiram 1,1 milhão de barris na semana até 16 de setembro, para 430,8 milhões de barris, sugerindo uma fraqueza na demanda do maior país consumidor mundial do produto, embora esses números provavelmente tenham sido influenciados pela liberação de estoques da Reserva Estratégica.

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