Investing.com – Os investidores de petróleo encontraram otimismo no mercado global com a trégua comercial na disputa entre China e EUA e com a surpreendente decisão canadense de cortar a oferta a partir de janeiro.
O contrato futuro do WTI negociado em NY avançava US$ 1,69, ou 3,3%, para US$ 52,62 por barril após a decisão da província do Canadá de Alberta de cortar 325 mil barris/dia a partir de janeiro. O volume corresponde a 9% de sua produção total e busca reverter o crescimento do desconto do barril canadense contra o WTI.
O Brent subia US$ 1,85, ou 3,1%, e era vendido a US$ 61,21.
A notícia de corte de oferta vinda do Canadá ampliou o sentimento positivo que dominava o mercado após a trégua na guerra comercial entre os EUA e a China. Em reunião paralela à G20, Donald Trump e Xi Jinping chegaram a um acordo para suspender novos atos da disputa e retomar negociações.
Para a semana, a expectativa é de tensão com a reunião da Opep que poderá anunciar cortes de oferta para dar sustentação aos preços da commodity. O petróleo WTI foi negociado abaixo dos US$ 50 o barril na quinta-feira (29), fundo de sete semanas consecutivas de queda desde o pico de 76,90 o barril tocado no início de outubro.
Os investidores estarão de olho na Rússia e Arábia Saudita, os principais líderes do grupo Opep+, aguardando sinais de uma redução da oferta. Vladimir Putin e Mohammed bin Salman se encontraram durante o G20 e indicaram terem avançado numa posição comum para a reunião.
Segundo a agência oficial de notícias Saudi Press, os dois líderes discutiram o reequilíbrio do mercado mundial de petróleo. Mais tarde, Putin disse aos repórteres que a Rússia alcançou "um acordo para prolongar nossos acordos" com a Arábia Saudita.
O recado entendido pelo mercado é de que Moscou apoiará Riad em sua estratégia para anunciar cortes de produção quando a Opep se reunir em Viena entre 6 e 7 de dezembro.
Apesar de a Rússia não ser um membro do cartel, a parceria entre o país a Opep viabilizou o acordo global de 2016 que recuperou os preços do petróleo que tocou nos US$ 25 por barril.
Em paralelo, o mercado deverá acompanhar o Twitter de Donald Trump, que poderá fazer pressão por preços mais baixos de petróleo.
A influência de Trump sobre os sauditas parece ter se ampliado nas últimas semanas após a Casa Branca ter dado suporte ao príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman depois da crise diplomática com o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi na embaixada do país na Turquia.
"O resultado da reunião da Opep em Viena não é certo", disse Goldman Sachs em nota. "Os membros não-essenciais da Opep (Iraque / Irã) provavelmente pedirão que o ônus do corte seja sustentado pelos países que aumentaram a oferta de forma mais agressiva (Arábia Saudita / Emirados Árabes Unidos / Kuwait). Além disso, não esperamos que a Rússia ofereça mais do que uma redução simbólica dos níveis atuais de produção ".
Até agora, os relatórios de mídia sugeriram que a Opep estava trabalhando em um corte de 1,3 milhão de barris por dia em relação à sua produção de outubro de 32,9 milhões de barris por dia.